Conheça o impacto silencioso da menopausa precoce Condição afeta 1% das mulheres no mundo e pode trazer impactos físicos, emocionais e sociais, alerta especialista da Organon Imagine
ter menos de 40 anos e, de repente, ver seu corpo entrar em uma fase
que muitas mulheres só enfrentam depois dos 50. A menopausa precoce,
também chamada de insuficiência ovariana prematura, afeta 1 em cada 100
mulheres, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). A
condição interrompe de forma precoce a ovulação e a produção de
hormônios como estrogênio e progesterona, trazendo consequências
físicas, emocionais e sociais que muitas vezes surpreendem pela
intensidade. “É um processo irreversível e que pode causar um
impacto emocional profundo. Muitas mulheres sentem que estão
envelhecendo antes da hora e podem vivenciar um luto pela
infertilidade”, afirma Nanci Utida, Diretora Associada de Assuntos
Médicos da Organon Brasil. A condição pode surgir espontaneamente
ou como consequência de doenças autoimunes, tratamentos contra o câncer
e cirurgias. Seus sinais, no entanto, nem sempre são reconhecidos de
imediato. “Sintomas como alterações no ciclo menstrual, dificuldade para
dormir, lapsos de memória, irritabilidade, pele mais ressecada e
diminuição da libido podem ser confundidos com estresse ou cansaço, o
que retarda o diagnóstico”, explica Nanci. Entre os exames que
ajudam a identificar o problema está a dosagem do hormônio
anti-Mülleriano – um marcador importante da reserva ovariana, mas que
ainda não é solicitado rotineiramente. A menopausa precoce não é
apenas uma questão reprodutiva: ela acelera processos de envelhecimento e
aumenta o risco de osteoporose, doenças cardiovasculares, síndrome
metabólica e pode trazer até quadros de depressão e ansiedade. Segundo
a médica, embora não seja possível reverter a condição, o tratamento
individualizado, que pode incluir reposição hormonal, suplementação de
cálcio e vitamina D, atividade física e apoio psicológico, é fundamental
para melhorar a qualidade de vida e prevenir complicações. “No caso da
menopausa precoce, os benefícios da reposição hormonal costumam superar
os riscos, especialmente para proteger a saúde óssea e cardiovascular”,
reforça. Apesar da percepção de que a condição está se tornando mais frequente, uma pesquisa global publicada na revista científica Climacteric,
que reuniu dados de 31 estudos realizados em diferentes países, entre
1980 e 2017, mostrou que os índices permanecem estáveis nas últimas
décadas: cerca de 3,7% das mulheres apresentam insuficiência ovariana
primária e 12,2% passam pela menopausa precoce. O que aumentou, de
acordo com a especialista, foi a conscientização, a procura por
ginecologistas e o acesso a exames que permitem identificar casos antes
negligenciados. “Falar sobre menopausa precoce é romper o
silêncio em torno de um tema que impacta diretamente a vida, a
autoestima e o futuro de muitas mulheres. Informação é a primeira etapa
para o cuidado”, conclui. |
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