Os
hábitos de consumo mudam com o tempo e, por isso, para quem trabalha
com o público, é importante estar atento aos novos hábitos dos clientes.
Nos últimos anos, os brasileiros têm escolhido o pescado como opção de
proteína nas refeições com maior frequência. Além disso, o cenário
macroeconômico de tarifas estrangeiras a produtos brasileiros também
influencia a produção nacional de peixes.
Está
presente em vários estilos: dos tradicionais sushis e pokes aos pratos
quentes e sanduíches criativos. Mesmo com a crescente demanda do
ingrediente, o preço do salmão acumulou queda de –4,18% no ano, segundo o
IPCA de julho. O índice está abaixo tanto da média da inflação oficial
(3,26%) quanto da categoria “alimentação e bebidas” (3,41%).
“O
salmão tem se consolidado como um dos protagonistas nos cardápios no
pós-pandemia”, afirma o chef sushiman Régis Sassaki, conselheiro da
Abrasel em São Paulo. “Sua presença crescente reflete a busca dos
consumidores por alimentos mais saudáveis, versáteis e com valor
percebido”.
Conforme
João Marcelo Ramos, sócio fundador e diretor de expansão da rede Let's
Poke o salmão responde por 65% das porções servidas. Já na Home Sushi
Home, Amauri Sales de Melo comenta que o pescado representa cerca de 75%
do faturamento, sendo o principal insumo da casa. O desafio, segundo os
operadores, é equilibrar a margem em um cenário de exigência crescente
do consumidor e custos ainda sensíveis, mesmo com a inflação
controlada.
Além
da preferência consolidada, outro fator amplia a presença do salmão nas
cozinhas profissionais: sua adaptação a diferentes formatos. Grelhado,
defumado, empanado ou marinado, o peixe é facilmente incorporado a
diversas propostas gastronômicas. “Há uma tendência de uso em pratos
quentes, delivery e novos formatos de apresentação. A inovação é uma
ferramenta estratégica”, explica Sassaki.
A
crescente exigência também pressiona o setor por qualificação e
comunicação mais clara sobre os diferentes tipos e usos do salmão. “O
consumidor quer mais do que sabor: ele quer entender o que está comendo,
de onde vem o ingrediente, como ele foi tratado”, aponta o chef Amon
Samuel de Assis, do Taj Hotel de Três Lagoas/MS.
Pescados fisgam consumidores e abrem espaço para inovação nos cardápios
As
recentes taxas impostas pelos Estados Unidos a alguns produtos incluem
os pescados brasileiros e forçam um reordenamento econômico que pode vir
a abastecer o mercado interno. Apesar do salmão não ser produzido no
Brasil, todo o mercado pode ser afetado.
Para
bares e restaurantes, essas mudanças podem representar uma oportunidade
de ampliar o uso de pescados nos cardápios, diversificar receitas e
atrair consumidores em busca de opções saudáveis e criativas.
Esse
cenário ganha ainda mais relevância com a Semana do Pescado 2025, que
ocorre em todo o país, entre 1º e 15 de setembro, e busca estimular o
consumo e fortalecer a cadeia produtiva. Ao incorporar pescados em
pratos autorais, menus executivos e promoções temáticas, os
estabelecimentos não apenas ampliam o faturamento, mas também aproximam o
consumidor da diversidade da produção nacional.
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