Bonecos, que são a cara do carnaval de Pernambuco, medem até 4 metros.
Nos dias de folia, encontro reúne mais de 100 exemplares, em Olinda.
de 100 gigantes. (Foto: Katherine Coutinho / G1)
Com 38 anos de carreira, Silvio Botelho é um dos maiores defensores desses gigantes, tendo criado, há 26 anos, o Encontro de Bonecos Gigantes, que acontece na manhã da terça-feira de carnaval, com mais de 100 bonecos. “Eu tenho um comprometimento com esse senhor, o carnaval. O boneco é uma das almas do carnaval olindense. Quando você fala em Rio de Janeiro, pensa em escola de samba. Em Olinda, no boneco gigante”, defende Silvio, que só em casa tem cerca de 40 bonecos.
O primeiro boneco feito por Silvio foi o Menino da Tarde, filho imaginário do gigante Homem da Meia-noite e da Mulher do Dia, agremiações que desfilam pelas ladeiras de Olinda todos os anos. “Eu tinha 16 para 17 anos quando Ernandes Lopes me fez essa encomenda”, lembra o artista plástico. De lá para cá, já foram mais de 900 bonecos. “Eu parei de contar, sei que foram mais de 900, mas números exatos não sei mais”, conta. Há menos de um mês do carnaval, Silvio tem trabalhado 12 horas por dia para dar conta da demanda. “Chego a ter que recusar pedidos, não tenho condições”, diz.
Gonzaga. (Foto: Katherine Coutinho / G1)
O trabalho exige dedicação e carinho. “Fazer boneco é uma arte, não é brincadeira. E depois de pronto, dá um orgulho danado. Eu faço com o coração, se você não tem amor pelo que faz, não fica perfeito”, acredita José Carlos Urbano, que trabalha com bonecos há quase 20 anos, já tendo feito figuras como Lia de Itamaracá. “Fazer pessoas conhecidas é sempre mais complicado, tem aquela exigência, né?”, pondera Urbano.
(Foto: Katherine Coutinho / G1)
Além do rosto e do corpo do boneco, outro ponto importante é a roupa. “Ela tem que caracterizar bem o personagem. Um dos meus favoritos foi o Luiz Gonzaga que fizemos. Deu muito trabalho, tanto de corte, quanto de costura, cola, mas eu amo o resultado”, diz Sineide Castro, esposa de Leandro Costa e ‘designer’ das roupas dos bonecos da Embaixada.
bonecos. (Foto: Katherine Coutinho / G1)
Para este ano, Sineide e Leandro esperam ter resolvido um dos problemas de quem trabalha com bonecos gigantes: a mão. “Ela normalmente é feita de papel machê. É pesada, vai batendo nas pessoas... E quando chove é um problema. Participamos de um evento no ano passado e 30 pares de mão quebraram por causa da chuva”, conta Sineide. “Então procuramos uma solução... Neste ano, estamos fazendo as mãos em poliuretano, que é uma espécie de espuma, feito aquele macarrão que as pessoas usam na piscina”, adianta, animado, Leandro.
não bonecos. (Foto: Katherine Coutinho / G1)
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