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Descubra se seu método anticoncepcional está interferindo na sua libido
Especialista explica relação entre contraceptivos hormonais e desejo sexual feminino
Embora os contraceptivos hormonais sejam amplamente utilizados por
milhões de mulheres no Brasil e no mundo, muitas ainda têm dúvidas ou
preocupações sobre possíveis efeitos colaterais — especialmente em
relação à libido. Segundo o ginecologista Sérgio Okano, convidado pela
farmacêutica Organon, a queda no desejo sexual não necessariamente está
relacionada ao uso de anticoncepcionais, mas sim a um conjunto de
fatores, incluindo aspectos emocionais e comportamentais.
“A resposta sexual feminina é multifatorial. Vai muito além da ação
dos hormônios. Fatores como autoestima, segurança contraceptiva e até o
alívio da dor, em casos de endometriose, por exemplo, também influenciam
na libido. Em algumas situações, o uso do anticoncepcional pode até
melhorar a qualidade da vida sexual da paciente”, explica o médico.
A maioria dos estudos demonstra que não existe um efeito negativo tão
importante dos contraceptivos hormonais na libido. Ainda assim, em
alguns casos eles podem impactar mais diretamente na biologia do desejo
sexual. “Eles podem diminuir a produção hormonal ou aumentar proteínas
que reduzem a biodisponibilidade dos hormônios sexuais, o que pode levar
à redução do desejo em algumas pacientes”, afirma Okano.
É importante, no momento de decidir junto com a paciente o método
contraceptivo, avaliar se há presenta de queixas relacionadas à libido
ou receio de enfrentar esse efeito colateral. Por vezes, métodos
contraceptivos de longa duração (LARCs), como o DIU hormonal, DIU de
cobre ou o implante subdérmico, surgem como alternativas eficazes e com
menor impacto na resposta sexual.
“Esses métodos, por possuírem baixa concentração hormonal, tendem a
interferir menos na função sexual. São excelentes opções para quem busca
evitar a gravidez sem abrir mão de uma vida sexual satisfatória”,
destaca o ginecologista.
Segundo Okano, o ideal é que a função sexual da mulher seja analisada
antes mesmo da escolha do método, com reavaliação periódica. Se houver
sinais de queda de libido após o início de determinado contraceptivo, a
troca por outra opção pode ser suficiente para a melhora. “Quando a
causa está realmente ligada ao método, é comum que a paciente relate
melhora já nos primeiros meses após a mudança ou suspensão do
contraceptivo”, esclarece.
Como orientação final, o especialista reforça a importância de uma
escolha individualizada. “O método deve contribuir para a qualidade de
vida da mulher. Se a sexualidade for uma preocupação, devemos priorizar
opções que impactem menos esse aspecto e sempre considerar o contexto de
cada paciente”.
Okano ainda reforça que a escolha do método deve considerar não
apenas a eficácia na prevenção da gravidez, mas também os efeitos sobre a
saúde geral, o padrão de sangramento, o controle de sintomas como dor
ou acne, e, claro, o bem-estar sexual.
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