São Paulo, abril de 2025
- Entre agosto de 2023 e julho de 2024, o Brasil contabilizou 396.629
mil falhas na assistência à saúde. Os dados foram levantados pela
Organização Nacional de Acreditação (ONA), com base em informações
fornecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Entre
as ocorrências mais graves estão a administração incorreta de
medicamentos, seja por dosagem ou tipo errados, e a realização de
cirurgias em locais equivocados no corpo dos pacientes. Além
disso, destacam-se casos de lesão por pressão, divididos em três tipos:
contusão (lesão dos tecidos moles causada por trauma), entorse
(alongamento dos ligamentos) e luxação, considerada a mais grave, em que
há deslocamento do osso da articulação. Esses dados refletem a
seriedade das falhas no sistema de saúde brasileiro e o impacto que
podem ter na segurança do paciente.
Na
Bahia, foram notificados 18.092 incidentes. As falhas por lesão por
pressão foram de 3.715; falhas durante a assistência médica foram 3.709 e
falhas envolvendo cateter venoso resultaram em 2.964.
Existem,
no entanto, diversas medidas que podem ser implementadas para reduzir
estes erros e até evitar óbitos. Uma delas é a implementação de
processos de acreditação, que permitem às instituições adotar protocolos
de segurança mais rigorosos para proteger os pacientes.
Recentemente,
a ONA conduziu uma pesquisa com aproximadamente 100 instituições de
saúde, para avaliar a redução de falhas após a implementação de medidas
de segurança. “Mais de 30% dos entrevistados relataram que as falhas na
administração de medicamentos diminuíram em 51%; os erros na
identificação de pacientes caíram 52%; as infecções hospitalares
reduziram 42%; as falhas na prescrição de medicamentos baixaram 35%;
enquanto os problemas de comunicação diminuíram 37%. Houve ainda uma
redução de 33% nas quedas de pacientes nos leitos e de 45% tanto nas
falhas na esterilização de materiais quanto na manutenção preventiva dos
equipamentos”, evidencia a gerente de Operações da ONA, Gilvane Lolato.
"A
obtenção da acreditação é um processo desafiador que exige
comprometimento, disciplina e uma profunda mudança cultural dentro das
organizações. Além de aumentar a segurança no atendimento médico e na
realização de exames e diagnósticos, também traz maior precisão e
confiança tanto para pacientes quanto para profissionais de saúde. O
processo contribui ainda para minimizar riscos e reduzir falhas
operacionais", acrescenta Gilvane.
De
acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que ocorram
anualmente cerca de 134 milhões de eventos adversos em hospitais de
países de baixa e média renda, levando a aproximadamente 2,6 milhões de
mortes.
O cenário de acreditação no Brasil - O cenário de acreditação no Brasil
– Atualmente, das mais de 380 mil organizações de saúde no país,
conforme Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), 2.030
são acreditadas por metodologias nacionais ou internacionais. A ONA
detém 72,1% do mercado de acreditação, totalizando mais de 2.030
organizações acreditadas, sendo 68,4% de gestão privada, 22,2% de gestão
pública, 8,3% da gestão filantrópica e 0,1% de gestão militar.
Na Bahia tem 62 instituições acreditadas. Confira mais informações no site da ONA https://www.ona.org.br/mapa-de-acreditacoes/eyJlc3RhYmVsZWNpbWVudG90aXBvIjoiIiwicXVhbGlmaWNhY2FvIjoiIiwiZXN0YWRvIjoiQkEiLCJjaWRhZGUiOiIiLCJub21lIjoiIiwidGlwb2dlc3RhbyI6IiJ9
Seguem dados da ANVISA (Bahia)- https://www.gov.br/anvisa/pt-br/centraisdeconteudo/publicacoes/servicosdesaude/relatorios-de-notificacao-dos-estados/eventos-adversos/2024/bahia/view
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