Recentemente,
a ONA (Organização Nacional de Acreditação) conduziu uma pesquisa com
74 instituições de saúde em todo o Brasil, com o objetivo de avaliar a
eficácia da acreditação na prática e os benefícios proporcionados para a
segurança do paciente.
Os
resultados mostraram que, em 41,86% das instituições participantes, os
processos implementados por meio da acreditação geraram melhorias
superiores a 31%. Quase 12% dos respondentes relataram que as taxas de
infecção diminuíram entre 26% e 30%, enquanto 2,33% mencionaram uma
redução inferior a 5% nos índices de infecção.
Segundo
o Ministério da Saúde, cerca de 14% dos pacientes internados no país
adquirem algum tipo de infecção durante a hospitalização. A gravidade
desse cenário é reforçada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) ao
estimar que aproximadamente 100 mil brasileiros morrem a cada ano em
decorrência dessas infecções. Além disso, um em cada dez pacientes afetados por infecções hospitalares
acaba falecendo. Na maioria dos estabelecimentos de saúde, faltam
procedimentos e protocolos claros para prevenir esses problemas graves.
Segurança
do paciente - Desde 2013, o Ministério da Saúde estabeleceu o Programa
Nacional de Segurança do Paciente, que inclui protocolos essenciais para
garantir a segurança dos cuidados, como: identificação correta do
paciente, cirurgia segura, prevenção de úlceras por pressão, higiene das
mãos em serviços de saúde, prevenção de quedas e segurança na
prescrição, uso e administração de medicamentos.
Para
Gilvane Lolato, gerente geral de Operações da ONA, o registro de
eventos adversos é essencial para fortalecer a cultura de segurança nas
organizações de saúde. Ao documentar e analisar cada ocorrência, as
instituições conseguem identificar falhas, aprender com os erros e
implementar medidas preventivas para evitar que se repitam. "Esse
processo fomenta um ambiente de transparência e aprendizado contínuo,
onde a segurança do paciente é prioridade, estimulando uma abordagem
proativa para a melhoria da qualidade e o engajamento de toda a equipe
em prol de um cuidado mais seguro e eficaz", ressalta.
Segundo
Lolato, quando o prontuário não é adequadamente preenchido, o paciente
corre riscos significativos, como erros na administração de medicamentos
e a falta de continuidade no tratamento. “Nossa pesquisa revelou que,
38,1% dos entrevistados relataram uma melhoria superior a 31% nesse
aspecto, após a implementação da acreditação”, ressalta Gilvane.
Erros
de medicação - Estima-se que o gasto global causado por erros de
medicação seja de US$ 42 Bilhões por ano segundo a Organização Mundial
de Saúde (OMS). Considerada a terceira prioridade dentro dos desafios
globais de segurança do paciente. Os estudos evidenciam que danos
relacionados ao uso de medicamentos correspondem a 50% de todos os danos
evitáveis, além do ônus econômico e psicológico decorrentes. Conhecer
os medicamentos, verificar sistematicamente os itens de segurança de
administração e perguntar ao paciente se ele compreendeu o que está
sendo realizado torna-se fundamental para a garantia de um cuidado mais
seguro.
A
pesquisa da ONA revelou que 47,62% dos entrevistados observaram uma
diminuição superior a 31% nas falhas relacionadas à cadeia
medicamentosa, enquanto apenas 4,76% relataram uma queda inferior a 5%.
Em relação às falhas na cadeia de suprimentos, 47,62% dos participantes
indicaram uma melhoria superior a 31%, e 14,29% informaram uma redução
entre 21% e 25%.
Falhas
de higienização – Outro desafio enfrentado pelas instituições são as
falhas de higienização, que frequentemente resultam em reclamações nas
Ouvidorias ou no Serviço de Atendimento ao Cliente. Com a implementação
da acreditação, 38,1% das instituições relataram uma melhoria superior a
31% nos serviços de higienização, enquanto cerca de 15% dos
respondentes indicaram uma melhoria entre 16% e 20%.
Cenário
de acreditação no Brasil - Das mais de 380 mil organizações de saúde
instaladas no País, segundo CNES (Cadastro Nacional de Estabelecimentos
de Saúde), 1932 são acreditadas. Deste total, a ONA é responsável por
72,1% no mercado de acreditação, o que corresponde amais de 1.400
organizações de saúde acreditadas, dos quais 422 são hospitais. Deste
montante, 0,45% das instituições de saúde estão certificadas no Brasil.
Considerando que 68,4% (917) são de gestão privada; 22,2% (298) são de
gestão pública; 8,3% (111) de gestão filantrópica e 0,1% (gestão
militar).
Atualmente,
61% das instituições acreditadas pela ONA estão concentradas na região
Sudeste. O Sul é responsável por 12,7%; Nordeste 12,1%; Centro-Oeste,
11,4% e Norte por 2,8%. www.ona.org.br
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