Nova Lima, janeiro de 2025 –
Depois de uma temporada de tempo quente e seco, chega a estação chuvosa
e, com ela, os alertas para as doenças sazonais como intoxicação
alimentar, infecções respiratórias por fungos e problemas relacionados à
pele, além das já conhecidas dengue e leptospirose. Hábitos simples de
higiene, limpeza e atenção contribuem para que essas enfermidades não
ganhem força e se tornem um problema de saúde pública.
A
infectologista da Afya, Dra. Raíssa de Moraes, traz dicas práticas para
que a população se previna e evite contratempos à saúde.
Intoxicação alimentar
Alimentos
mal armazenados em locais suscetíveis às águas das chuvas, podem ser
facilmente contaminados e levar a pessoa que os consumiu a uma série de
problemas gastrointestinais. Por isso, ao alimentar-se em quiosques,
barracas e espaços de rua, que estão mais expostos a essas condições,
observar a cor, sabor e odor antes da ingestão do alimento é
fundamental. A especialista explica que, mesmo em casa, a atenção à
higienização dos alimentos e a forma de preparo são importantes.
“Lavar
as mãos antes de se alimentar ou manusear alimentos, higienizar bem
frutas e legumes e evitar alimentos crus ou mal-passados reduz a chance
de se expor aos microorganismos que levam à intoxicação”, reforça.
Outras
dicas compartilhadas por Raíssa são: “aqueça os alimentos apenas na
hora do consumo e evite fazê-lo caso estejam em temperatura ambiente por
muito tempo”.
Em
geral, a intoxicação alimentar pode ser tratada em casa, sem uso de
medicação, apenas com hidratação e alimentação leve. Porém, em caso de
febre, dor abdominal, vômito e diarreia intensa, muco ou sangue nas
fezes é necessário procurar atendimento médico.
Infecções relacionadas a fungos
Assim
como o tempo seco compromete o sistema respiratório, o excesso de
umidade também não é favorável às pessoas. O acúmulo de umidade em
ambientes fechados favorece a proliferação de fungos, que podem causar
rinite, sinusite, conjuntivite e até infecções fúngicas mais graves em
pessoas vulneráveis, como a histoplasmose.
“Para
evitar essa proliferação é preciso ter atenção à limpeza da casa,
deixar sempre o ambiente arejado, manter o banheiro ventilado, limpar
com frequência os armários e impermeabilizar lajes e paredes. Se for,
por exemplo, limpar telhado, um porão ou uma casa que está há muito
tempo fechada, é importante usar os equipamentos de proteção adequados
para não respirar a poeira que está ali há muito tempo parada”,
esclarece a doutora.
Doenças de pele
A
umidade do ar associada a temperaturas mais elevadas pode resultar em
doenças de pele como a micose e outras irritações. “Em geral, essas
irritações não geram um quadro clínico preocupante, porém é preciso
cuidado e higiene para que as lesões não evoluam”, diz.
No
caso de aparecimento de dermatites ou micoses é recomendável manter a
pele limpa e hidratada, evitar roupas molhadas no corpo por muito tempo e
não compartilhar objetos pessoais como toalhas e calçados. “A higiene
regular ajuda a prevenir infecções cutâneas e evita a proliferação de
fungos”, pontua Raíssa.
Dengue
Vale lembrar que o combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor
da dengue, foi um grande desafio para toda a população, governo e
comunidade médica em 2024. Até outubro, foram registrados 6,5 milhões de
possíveis casos de dengue no Brasil, de acordo com o Painel de Monitoramento das Arboviroses do
Ministério da Saúde. A combinação do calor, umidade e chuvas é ideal
para proliferação do mosquito, portanto, é recomendada a atenção
redobrada aos locais com água parada e à manutenção de objetos que
acumulam água como garrafas, pneus e vasos de plantas.
“O
combate ao mosquito é um cuidado constante e necessário. Além da
prevenção para não permitir a reprodução das larvas, o uso de repelente e
mosquiteiros é muito importante. Atenção se sentir os sintomas: febre
alta, manchas vermelhas, dor muscular, dor de cabeça, no fundo dos olhos
e perda de apetite, procure atendimento médico”, alerta a
infectologista.
Vale
lembrar que na persistência dos sintomas, é importante procurar
atendimento médico e seguir as orientações do profissional para uma
melhor recuperação.
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