A
educação financeira tem se tornado um tema cada vez mais relevante para
a população brasileira, especialmente diante do fato de que mais de 80%
dos brasileiros enfrentam dificuldades relacionadas ao controle
financeiro, conforme apontou uma pesquisa recente do Serviço de Proteção
ao Crédito (SPC Brasil) em parceria com a Confederação Nacional de
Dirigentes Lojistas (CNDL). O impacto dos erros financeiros, muitas
vezes silenciosos, pode ser devastador, comprometendo seriamente o
orçamento das famílias. Para evitar tais problemas, especialistas
destacam a importância da conscientização e do aprendizado sobre gestão
financeira.
Nesse
contexto, é importante compreender que a educação financeira vai muito
além de simplesmente aprender a investir ou economizar. Ela envolve um
entendimento profundo sobre como administrar o orçamento, lidar com
dívidas e tomar decisões financeiras mais conscientes. Um dos principais
desafios, no entanto, é o que os especialistas chamam de “erro
silencioso” – um comportamento financeiro que não se revela
imediatamente, mas vai prejudicando as finanças das pessoas ao longo do
tempo.
Segundo
Kelvia Carneiro, CEO da Instituição de pagamento Cactvs, "os principais
erros financeiros estão ligados a atitudes aparentemente inofensivas,
como o consumo descontrolado, a falta de planejamento e o
desconhecimento de hábitos financeiros saudáveis". Essas atitudes podem
criar um ciclo vicioso de endividamento, comprometendo o futuro
financeiro de quem as adota. E esse cenário é cada vez mais comum: em
2024, o índice de inadimplência na população adulta atingiu 44,87%.
Entre os estados, o Amapá lidera com 60,89% de inadimplência, enquanto o
Piauí tem o menor índice, com 35,15%. Além disso, o valor médio das
dívidas dos brasileiros alcançou R$ 1.468,43, valor superior ao salário
mínimo de R$ 1.412, o que reflete um aumento de 3,97% no endividamento
em relação a 2023.
Diante
desse cenário preocupante, Kelvia enfatiza que o primeiro passo para
evitar erros financeiros é investir em educação financeira. Para isso, é
essencial adotar práticas como o controle dos gastos, a organização do
orçamento pessoal e a criação de um fundo de emergência. Essas medidas
são fundamentais para garantir maior estabilidade financeira e evitar
que o ciclo de endividamento se perpetue.
"A
educação financeira oferece uma série de benefícios ao longo da vida,
permitindo que as pessoas tenham maior autonomia sobre suas finanças e
sejam capazes de tomar decisões mais assertivas", afirma Kelvia. Ao
aprender a evitar gastos impulsivos e a proteger o patrimônio no longo
prazo, as pessoas têm a oportunidade de construir um futuro mais seguro e
tranquilo, especialmente em tempos de incerteza econômica. Assim, a
educação financeira se torna uma ferramenta indispensável para a
construção de um futuro financeiro mais sólido e saudável.
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