Por Dr. Carlos Barsotti
O diagnóstico precoce da escoliose é um fator crucial para o seu tratamento adequado, principalmente, considerando que boa parte dos pacientes com esta dor cervical começam a apresentar os sintomas durante a adolescência. Quando identificada em tempo hábil, cerca de 75% dos casos cirúrgicos podem ser evitados com o uso do colete para escoliose – se tornando, hoje, uma das medidas mais vantajosas para evitar sua progressão e maiores danos à saúde.
Encontrado no mercado em materiais diversificados, o grande objetivo deste dispositivo é evitar o agravamento da curvatura da coluna, a qual costuma desenvolver uma forma de “curva C” ou “curva S” e desencadear sintomas como a presença de ombros caídos ou desiguais; leve inclinação geral para um lado; cintura irregular; aparência de uma perna maior do que a outra e de um quadril mais alto do que o outro.
Apesar de cerca de 2% a 4% da população mundial ser diagnosticada com alguma das tipologias de escoliose, segundo dados da OMS, o uso deste colete em casos que atingem entre 20 e 25 graus, é capaz de reduzir até 30% este ângulo, especialmente quando associado a outras medidas como a fisioterapia específica para escoliose. Mas, para isso, alguns cuidados se destacam como essenciais na escolha do melhor modelo de colete e em seu tempo de uso recomendado.
É importante que este dispositivo seja introduzido já na fase de estirão de desenvolvimento dos jovens, justamente por ser o momento no qual a escoliose terá sua maior progressão. Dentre todas as opções disponíveis no mercado, o colete 3D é, sem dúvidas, o mais indicado para todos os casos. Afinal, com seu conceito de correção tridimensional, ele se molda ao corpo do paciente evitando sobras ou que apareça por fora da roupa – o que eleva não apenas sua aceitação de uso, como também evita casos de depressão ou bullying, infelizmente, comuns de serem enfrentados por muitos jovens que se encontram nessas situações.
Normalmente, seus primeiros sinais de melhor começam a surgir após 17 horas de uso contínuo. Por isso, quanto mais tempo ele for utilizado ao longo do dia, melhor. O ideal é que permaneça no corpo por cerca de 21 horas diárias – retirando apenas ao tomar banho e realizar qualquer tipo de esporte. Não há qualquer restrição ou incômodo de permanecer com o colete para dormir, apenas contraindicações de uso em casos excepcionais de lesões de pele grave, alergias ou infecções.
Sendo desenvolvido de forma customizada e individual conforme a curvatura e corpo de cada paciente, este modelo 3D pode apresentar um preço um pouco maior do que os outros modelos. Contudo, ainda se destaca perante os outros para a prevenção da progressão da escoliose, assim como para evitar que os pacientes sejam direcionados à cirurgia de correção.
Mesmo sendo uma das dores cervicais mais comuns em todo o mundo, principalmente, entre crianças e adolescentes, é extremamente importante que os benefícios do uso do colete sejam cada vez mais difundidos no ramo, evitando que a grande maioria dos casos avancem e causem mais danos à saúde. Uma medida que, inclusive, pode ser incentivada nas próprias escolas, a partir de ações efetivas que envolvam os pais em uma maior conscientização sobre o problema.
Este ainda é um tema pouco conhecido no segmento, o que, inevitavelmente, gera grandes questionamentos e pré-conceitos sobre sua eficácia. Por isso, quanto mais estimulado for o uso do colete para a escoliose desde cedo, maiores serão os casos de tratamento assertivos sobre esta curvatura, evitando, assim, que este seja um problema que impeça a qualidade de vida dos pacientes.
Sobre o Dr. Carlos Eduardo Barsotti:
https://drcarlosbarsotti.com.br/
Dr. Carlos Eduardo Barsotti é cirurgião ortopedista formado pela Faculdade de Medicina da USP, Mestre em Ciências da Saúde e Pós-graduado pela Harvard Medical School. Com mais de 19 anos de experiência na área, é um dos poucos profissionais do país a realizar intervenções de alta complexidade, principalmente na correção de escoliose.
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