STEPHEM KANITZ
Dois tipos de homens ainda presentes na sociedade competem entre si por poder e primazia.
Podemos classificá-los como o homem tipo G – ‘G’ de ‘garanhão’ – e o homem tipo P – ‘P’ de ‘paizão’.
O ‘garanhão’ representa um resquício da nossa fase nômade e poligâmica, ainda hoje carregando genes que direcionam tal comportamento.
Já o ‘paizão’ é o descendente da fase agrícola que levou a evolução da monogamia, foram os primeiros que reconheceram a relação entre sexo e procriação e perceberam a existência de laços familiares, como a paternidade e a fraternidade.
A proporção entre estes dois tipos de homens ainda é incerta e merece maior investigação. Meu palpite é uma distribuição de 80% de ‘paizões’ e 20% de ‘garanhões’.
O que distingue esses dois tipos de homens são as estratégias de procriação e investimento paternal que adotam.
Existem, basicamente, dois tipos de estratégias de procriação, R e K.
A primeira é a estratégia do ‘garanhão’, comumente denominada “Ame-as e deixe-as”. Essa estratégia é amplamente observada no reino animal, onde o macho realiza sua função reprodutora e, então, some para sempre.
No dia do parto, ele estará distante, buscando outra parceira para fecundar.
Ele delega a tarefa de cuidar dos filhos à mãe, e a responsabilidade pela educação e saúde à sociedade. Como raramente trabalha, exige uma aposentadoria paga pelos outros, mais uma vez transferindo a responsabilidade para o coletivo.
Curiosamente, é plausível imaginar que os ‘garanhões’ tendem a se alinhar ideologicamente à esquerda.
Eles são atraentes, sedutores, dizem o que as mulheres querem ouvir e, elas quando votam, votam em candidatos que espelham seu estilo de vida.
Figuras históricas como John Kennedy, Bill Clinton, Franklin D. Roosevelt e Fernando Henrique Cardoso podem ilustrar essa tendência.
O outro tipo de estratégia reprodutiva, a do ‘paizão’, é colocar “todos os ovos numa mesma cesta” e cuidar bem dessa cesta.
Esta estratégia surgiu com o advento da agricultura. Os ‘paizões’ têm poucos filhos, mas cuidam bem deles. São pais presentes porque não passam a vida em busca de múltiplas parceiras.
Por serem mais laboriosos, algumas mulheres preferem a segurança alimentar proporcionada por um homem que provê recursos para os filhos. São menos atraentes, menos sedutores, mas mais confiáveis.
Normalmente, os ‘paizões’ são de direita, defendem a propriedade privada e os valores familiares, além de valorizarem a poupança para o futuro, posturas que a esquerda nômade tende a não concordar por motivos intrínsecos.
Recentemente, muitos argumentam que essa distinção entre esquerda e direita não existe mais e é ultrapassada. No entanto, enganam-se ao ignorar que tal distinção está enraizada em nossos genes e provavelmente persistirá por milhares de anos.
Vale ressaltar que, conforme os estudos de Biologia Evolutiva indicam, os genes determinam aproximadamente 50% de nosso comportamento.
Esta é uma contribuição significativa, mas não devemos negligenciar que outros fatores como educação, cultura e informação são igualmente essenciais, constituindo os outros 50%.
É importante lembrar que a ciência e a compreensão humana estão em constante evolução. Embora a biologia evolutiva e a genética possam fornecer insights valiosos sobre o comportamento humano, elas não devem ser usadas de forma reducionista ou determinista.
É fundamental adotar uma abordagem multidisciplinar, considerando uma ampla gama de perspectivas, para entender adequadamente a complexidade do comportamento humano e da sociedade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário