MEDIÇÃO DE TERRA

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quarta-feira, 14 de junho de 2023

Ex-atleta-guia, piauiense planeja estreia em Mundial durante Brasileiro Loterias Caixa de atletismo

 


Antônia Keyla estará entre os atletas convocados para a competição em Paris que estarão nas disputas nacionais de pista e campo a partir desta quinta-feira, 15, até sábado, 17, no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo

Fotos: Flickr CPB

Ex-atleta-guia e praticante do atletismo convencional, a corredora Antônia Keyla da Silva Barros estará entre os atletas convocados ao Mundial de atletismo em Paris que competirão no Campeonato Brasileiro Loterias Caixa de atletismo a partir desta quinta-feira, 15, até sábado, 17, no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo. No domingo, 18, ainda haverá a realização do Desafio CPB da modalidade no mesmo local.

Os Campeonatos Brasileiros começaram a ser organizados e realizados pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) em 2018. Desde então, apenas em 2020 não houve competições, devido à pandemia de Covid-19. No ano passado, a competição foi marcada pela quebra do recorde mundial da paulista Beth Gomes no arremesso de peso ainda pela classe F52 (para cadeirantes). Atualmente, a atleta compete pela F53.

Antônia Keyla era atleta-guia da maratonista baiana Edneusa Santos, que representou o Brasil na modalidade em Mundiais e nos Jogos de Tóquio. Em 2019, teve diagnosticada a deficiência intelectual. Depois, participou de competições como os Meetings e Circuito Nacional Loterias Caixa, realizadas pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) em todo o território do país.

Nascida em Água Branca, mas radicada em Olho D’água, interior do Piauí, a atleta de 28 anos chegou a correr provas de 400m e 800m, mas é especialista na disputa dos 1.500m pela classe T20 (deficiência inteletcual). Foi nela que conseguiu fazer o tempo de 4min26s93 e bater o índice de 4min32s00 que lhe rendeu a vaga no Mundial de atletismo na capital francesa, de 8 até 17 de julho deste ano, no Estádio Charlety.

"Correr maratona já é difícil como atleta. Como guia, tem uma responsabilidade ainda maior. Então, muda bastante a maneira que você disputa a prova. Como atleta, eu não gosto de correr atrás do pelotão, porque os 1.500m também é uma prova rápida. Prefiro procurar ficar no grupo da frente e, nos últimos 300m, dar um sprint final", analisou a atleta que vai competir o Brasileiro pela Associação Atlética Ligeirinho (AAL), de Lorena, interior de São Paulo.

O Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, recebeu a inscrição de 612 atletas para a competição nacional desta semana. Neste ano, o Brasileiro da modalidade novamente reunirá medalhistas paralímpicos e jovens promessas do paradesporto brasileiro. Diversos atletas que subiram ao pódio nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020 estarão presentes, como Alessandro Silva, ouro e recordista paralímpico no lançamento de disco na classe F11 (para atletas cegos); Petrúcio Ferreira, ouro e recordista paralímpico nos 100 m na classe T47; Claudiney Santos, ouro no lançamento de disco, e Raissa Machado, prata e recordista mundial no lançamento de dardo, ambos pela F56, entre outros.

A disputa no CT Paralímpico também servirá para os atletas convocados para o Mundial de atletismo realizarem os últimos testes em provas oficiais antes da viagem a Paris, na França, como Antônia Keyla.

"Não sei o que dizer sobre o Mundial, é uma coisa muito nova para mim. Outros atletas me contam que a vibe é diferente. Mas pretendo repetir em Paris exatamente o que eu treino. Correr lá como corro aqui. Se acontecer desta forma, já estarei muito feliz", completou.

O Mundial de atletismo de Paris é o primeiro após os Jogos de Tóquio 2020 e deve ser o maior evento paralímpico a ocorrer na capital francesa antes dos Jogos Paralímpicos de Paris 2024. O Mundial de Kobe (JAP), que aconteceria em 2021, foi adiado duas vezes devido à pandemia e confirmado para o ano que vem, de 17 a 25 de maio.

A Seleção Brasileira de atletismo contará com 54 atletas e 11 atletas-guia nas provas de pista e campo na França. Será a maior delegação do país na história dos Mundiais da modalidade. Antes, a maior equipe brasileira de atletismo em Mundiais havia sido em Dubai (EAU) 2019, quando o país convocou 43 atletas. Naquela ocasião, os brasileiros fizeram a melhor campanha da história do país na competição, na segunda colocação do quadro geral, com 39 medalhas no total: 14 de ouro, nove de prata e 16 de bronze. 

O desempenho superou o resultado da edição de Lyon 2013, que até então era a melhor performance nacional, com 16 ouros, 10 pratas e 14 bronzes, na terceira posição geral.

Toda a Seleção Brasileira se reunirá no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, a partir do dia 29 de junho e viajará em voo direto para a capital francesa no dia 2 de julho. 

Patrocínios O atletismo é uma modalidade patrocinada pelas Loterias Caixa e pela Braskem.

Assessoria de Imprensa do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)

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