| Maio de 2023 – No
dia 5 de maio de 2023, foi assinado pela Associação Brasileira de
Energia Eólica e Novas Tecnologias (ABEEólica), Associação Brasileira de
Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), Associação Brasileira do Biogás
(ABIOGÁS) e Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha do Rio de
Janeiro (AHK Rio) acordo de cooperação, denominado Pacto Brasileiro pelo
Hidrogênio Renovável.
O
acordo representa um passo importante para acelerar o desenvolvimento
do mercado brasileiro de hidrogênio renovável (H2R), tanto para
exportação quanto para consumo doméstico. O Pacto agrega e representa
uma parcela significativa dos agentes e do mercado brasileiro
interessado no desenvolvimento da economia de hidrogênio produzido a
partir de fontes renováveis. Com o apoio técnico e institucional de
entidades que representam o setor de energias renováveis e de câmaras de
comércio bilateral, a iniciativa amplia a cooperação e o networking com
importantes players nacionais e internacionais. Com
foco em impulsionar a economia de hidrogênio renovável no Brasil, o
Pacto tem seis objetivos centrais: (i) contribuir para a definição de um
arcabouço regulatório; (ii) desenvolver o mercado de aplicação de
hidrogênio renovável; (iii) promover o desenvolvimento socioeconômico,
por meio da economia do hidrogênio renovável; (iv) promover o hidrogênio
de origem renovável no País; (v) disseminar as oportunidades de
hidrogênio renovável aos seus associados e à sociedade brasileira; e
(vi) aumentar a competitividade da produção e uso do hidrogênio
renovável. As ações
conjuntas incluirão atividades e projetos técnicos e institucionais,
visando a cooperação e participação das partes em grupos de trabalho,
comissões técnicas, eventos, reuniões, debates, seminários, palestras, “road shows”,
estudos, publicações e todo o necessário para desenvolver a cadeia de
valor do hidrogênio renovável no País, bem como estimular investimentos e
negócios e sua divulgação no Brasil e no exterior. Vetor
energético e combustível primário, limpo e versátil, o hidrogênio
renovável tem potencial para se tornar eixo estratégico na transição
energética e descarbonização dos setores produtivos, de diversos
segmentos. Além de sustentável, pode ser utilizado em diversas
aplicações, reduzindo drasticamente as emissões de gases de efeito
estufa de setores de difícil descarbonização, tais como: fertilizantes
nitrogenados, mineração, siderurgia, produção de metanol, de aço,
transporte aéreo, marítimo e terrestre de veículos pesados, entre
outros. Na visão da
ABSOLAR, o acordo é oportuno para criar um ponto focal de apoio ao setor
público na criação de políticas ambiciosas, urgentes e assertivas em
prol do hidrogênio renovável, acelerando a reindustrialização verde.
“Para que o mundo atinja a neutralidade de emissões de gases de efeito
estufa até 2050, o Brasil precisa fazer a sua parte e pode, inclusive,
transformar este desafio em uma grande oportunidade de acelerar seu
desenvolvimento socioeconômico e ambiental, oferecendo produtos e
serviços sustentáveis ao mundo. Os analistas de mercado projetam que, em
poucos anos, o Brasil poderá produzir o hidrogênio renovável mais
competitivo do mundo, se desenvolver políticas públicas, programas e
incentivos adequados. Por isso, o Programa Nacional do Hidrogênio
(PNH2), do Governo Federal, deve ser repensado, priorizando e
incentivando as rotas de produção de hidrogênio a partir de fontes
renováveis”, aponta Rodrigo Sauaia, presidente executivo da ABSOLAR. Para
o executivo, a partir do desenvolvimento do hidrogênio renovável, o
País pode ser tornar um líder global na produção, consumo e exportação
do combustível limpo. Também pode fortalecer a reindustrialização verde,
com a atração de novas fábricas, mais capital internacional, geração de
empregos locais, novas oportunidades de negócios e novas tecnologias.
“O mercado do hidrogênio é global. Sem incentivos efetivos à produção e
ao consumo no mercado doméstico, perderemos oportunidades para outros
países. O Brasil precisa avançar com a criação do mercado regulado de
carbono, para acelerar a transição energética nos setores mais
poluentes”, acrescenta Sauaia. Para
a ABEEólica, o hidrogênio renovável é a chave para um mundo neutro em
carbono. “No contexto da transição energética justa e no processo de
descarbonização, temas estes que estão na pauta mundial, o hidrogênio
surge como o combustível vetor da transição energética. Ele é cotado
principalmente para descarbonizar setores que hoje são de difícil
descarbonização, como é o caso do setor de transportes pesados,
caminhões e navios, e o setor siderúrgico” destaca Elbia Gannoum,
presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas
Tecnologias. A abundância
de energias renováveis, de vento de qualidade no Brasil e seu respectivo
potencial eólico Onshore e Offshore, do recurso solar excepcional e de
bioenergias são certamente únicos no mundo. E isso abre uma janela de
oportunidade para produção de hidrogênio renovável que coloca o Brasil
como um dos grandes destaques e o país que produzirá o hidrogênio
renovável mais competitivo do mundo. Há que se considerar especialmente a
eólica offshore, cujos projetos são de grande escala, com alta produção
de energia. A costa brasileira possui um potencial de mais de 700 GW
conforme apresentado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) no
Roadmap da Eólica Offshore e esta é a nova fronteira de aproveitamento
energético no País ao lado do hidrogênio renovável. Além
do potencial de produção do Brasil e uso no mercado interno, vemos uma
demanda global para o hidrogênio renovável. Há países que precisarão
importar hidrogênio renovável e o Brasil pode se tornar um grande
exportador deste combustível limpo. “É
importante mencionar que o hidrogênio já é realidade no Brasil. Em
janeiro deste ano a EDP Brasil inaugurou sua planta piloto de hidrogênio
verde no Complexo do Pecém e a UNIGEL terá o primeiro projeto em escala
industrial no país. A primeira fase do projeto entrará em operação
comercial no final deste ano e conta com uma planta de hidrogênio,
abastecida por fonte eólica de energia, a qual produzirá 10 mil
toneladas de hidrogênio verde e 60 mil toneladas de amônia verde por
ano”, complementa Elbia. Além
disso, existem diversos planos anunciados no Brasil para o
desenvolvimento de plantas de hidrogênio renovável. Segundo estudo da
consultoria Mckinsey, o País poderá instalar uma nova matriz elétrica
inteira até 2040, destinada à produção do H2R, trazendo cerca de R$ 1
trilhão em novos investimentos no período. Estes investimentos serão
destinados à geração de eletricidade, novas linhas de transmissão e mais
unidades fabris do combustível limpo e de estruturas associadas,
incluindo terminais portuários, dutos e armazenagem. Isto mostra o
interesse das empresas em investirem na cadeia do hidrogênio renovável
no Brasil. “Todos esses
fatores fazem com que a ABEEólica se sinta honrada e otimista em fazer
parte do Pacto Brasileiro pelo H2 Renovável aqui formado entre a AHK
Rio, a ABSOLAR e a ABIOGÁS. Temos uma oportunidade única de através do
hidrogênio renovável trazermos uma reindustrialização ao Brasil,
fomentando investimentos sobre a cadeia de valor deste combustível em
todo território nacional. Temos certeza de que, juntos, vamos conseguir
contribuir para acelerar o desenvolvimento de políticas públicas capazes
de garantir a produção de hidrogênio, e hidrogênio renovável, que
atenda demandas internas e externas deste país, gerando emprego e renda
para a sociedade.”, finalizou Elbia. Desde
junho 2020, quando lançou a sua estratégia de hidrogênio verde, a
Alemanha se tornou um país protagonista na transição energética. Com o
programa H2 Global lançou no ano passado a primeira chamada pública para
compra global de hidrogênio, a qual algumas empresas brasileiras
atenderam. Além disso, através do programa H2 Brasil investiu no
desenvolvimento de um mercado de hidrogênio renovável no Brasil. Através
destes programas, a Alemanha já é um parceiro importante do Brasil
nesta caminhada de redução de emissões. O país, pode servir como um
comprador do combustível limpo, ou também como um fornecedor de
tecnologia ao longo da cadeia de valor do hidrogênio renovável. Neste
sentido, a AHK Rio traz para o Pacto Brasileiro pelo Hidrogênio
Renovável o componente internacional, além de ser um importante ponto de
contato para alavancar as relações comerciais dos dois países, ajudando
as empresas a se conectarem. Para
a AHK Rio, o hidrogênio renovável tem um potencial enorme na
reindustrialização do Brasil, o que pode fortalecer as relações
bilaterais entre os dois países. Para Ansgar Pinkowski, Diretor de
Transição Energética e Sustentabilidade da AHK Rio, o Brasil tem uma
grande chance de mudar a sua fama de país de exportador de comodities
para um país de fornecimento de produtos produzidos de forma
sustentável, com uma pegada ambiental muito baixa. “O
desafio de transportar o hidrogênio renovável por longas distâncias
favorece o desenvolvimento de indústrias próximas ao local onde ele é
produzido, com efeitos positivos importantes na economia de vários
países. As indústrias irão se instalar onde as condições climáticas e
geográficas forem favoráveis à produção de hidrogênio renovável e o
custo de transporte for baixo. Neste contexto, Brasil e Alemanha podem
se beneficiar mutuamente: o Brasil, com a sua excelente infraestrutura
industrial e a longa tradição de relações econômicas com a Alemanha,
atrairá cada vez mais empresas alemãs que querem produzir produtos com
maior valor agregado no país, e a Câmara de Comércio e Indústria Brasil -
Alemanha do Rio quer e pode assumir um papel importante nesta
transformação energética e industrial. O Pacto Brasileiro pelo
Hidrogênio Renovável pode ajudar muito nesta discussão, ao criar
condições ideais para apoiar o Brasil nesta caminhada”. Para
a ABiogás, com a assinatura do documento, o Brasil oficializa a ambição
de liderar a descarbonização no mundo também com o hidrogênio
renovável, unindo o biogás e a biomassa às fontes eólica e solar. O
Brasil é abundante em recursos renováveis, e com potencial de biogás
elevado e diversificado, o que o coloca na perspectiva de se tornar o
maior fornecedor global do hidrogênio renovável para mercados europeus,
asiáticos e norte-americanos. Com isso, o país pode ainda estabelecer um
caminho de desenvolvimento econômico e social, baseado em produtos com
baixa pegada de carbono. A
associação destaca que biogás é insumo para uma rota extremamente
interessante para a produção de hidrogênio renovável, que é a reforma a
vapor, já consolidada hoje com o uso do gás natural fóssil. Mais de 90%
do hidrogênio do mundo atualmente vem do gás natural de origem fóssil, o
que facilita o uso do biometano para descarbonizar a produção. “Uma
vez que a molécula do biometano é igual à do gás natural, porém 100%
renovável, o hidrogênio renovável a partir do biogás é obtido fazendo
uso dos mesmos processos e da infraestrutura já existente, de forma
competitiva. Trata-se, portanto, de uma solução imediata de
descarbonização da rota mais utilizada hoje no mundo e que contribui
para colocar o Brasil na liderança da produção de hidrogênio renovável”,
destaca o diretor executivo da ABiogás, Gabriel Kropsck. A
partir da percepção de que o setor de energias renováveis precisa de
uma representatividade maior nas discussões sobre políticas públicas
para o hidrogênio, as quatro associações firmaram o Pacto Brasileiro
pelo Hidrogênio Renovável. Como diversos países estão se movimentando
para encontrar soluções de descarbonização das economias e dos processos
produtivos, é fundamental o posicionamento claro do Brasil como um dos
principais produtores do H2R, de forma concreta, ambiciosa e rápida,
tendo em vista a vocação do País para a produção de energia renovável
competitiva e com escala, além de seu grande potencial de demanda
doméstica.

Contatos: ABEEólica Camila Holgado (11) 97653.2917 camila.salles@abeeolica.org.br Marta Telles (11) 99138.4246 marta@abeeolica.org.br ABiogás Lara Ferreira (61) 98103-9446 lara@dgbb.com.br ABSOLAR Thiago Nassa (11) 99544-4954 tnassa@gmail.com AHK Rio Beatriz Pereira (21) 99262-6589 beatriz@ahk.com.br | |
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