Uma
virose chamou atenção do pesquisador e virologista do Instituto de
Ciências da Saúde da Ufba, Gúbio Soares, que nas análises de amostras,
notou que o número de casos registrados de norovírus tem aumentado em
Salvador. De acordo com o virologista, entre o final do mês de abril e
esta primeira semana de maio, das 35 amostras de um laboratório privado,
ao menos 15 testaram positivo. Por sua vez, a Secretaria Municipal da
Saúde (SMS) afirma que, neste momento, ainda não há nenhuma confirmação
oficial de um aumento do número de casos do vírus.
Gúbio Soares, virologista do Instituto de Ciências da Saúde da Ufba,
laboratório onde as amostras foram analisadas, conta que o vírus já foi
identificado antes na cidade entre 2007 e 2008 e atingiu cerca de 5 mil
pessoas à época. Soares caracteriza o norovírus como um tipo de vírus
com alta capacidade infecciosa e de resistência. Ele provoca sintomas
como diarréia, vômitos, febre alta, dores no corpo e no estômago. “Esses
sintomas podem durar de um a três dias e surgem de 24h a 48h após a
infecção. A infecção por norovírus acontece após ingestão de água e
alimentos contaminados ou através do contato entre pessoas infectadas”,
diz o especialista e alerta que é possível transmitir o vírus para
outras pessoas até dois dias após o desaparecimento dos sintomas. O uso
de máscaras e sanitização das mãos são, segundo Soares, a melhor forma
de se proteger. “Esse vírus é altamente contagioso e mesmo que esteja
atingindo um número reduzido de pessoas, a tendência dele é de expandir.
Estamos dando este alerta porque muitas pessoas já podem estar
apresentando os sintomas do norovírus e não estão indo para os postos de
saúde, preferindo se automedicando”, continua. De acordo com o relato
de uma fonte, que preferiu não se identificar, os sintomas do vírus
começaram a se manifestar na última segunda-feira, no fim da tarde.
Apesar de ainda não ter tido o diagnóstico da infecção pelo vírus, a
fonte decidiu se manter em isolamento. “A princípio só um mal estar
inespecífico e gases. Mais tarde, em torno das 23h começou a piorar o
desconforto e o primeiro dia foi o pior, com diarréia e ânsia de vômito,
moleza e gases”, descreve. Já a SMS declara que há um aumento na
demanda por atendimento nas Upas e gripários da capital baiana, mas está
descartada a hipótese de surto de virose causada pelo norovírus, já que
o crescimento da busca por atendimentos não foi identificado como um
resultado do aumento de casos de diarréia, sintoma principal deste
vírus, na rede municipal. Segundo a infectologista da secretaria,
Adielma Nizarala, a eclosão da procura pelos serviços prestados na
capital são derivados de doenças respiratórias. A pasta explica que não
há qualquer indício de surto e por isso não justifica, pelo menos até o
momento, investigações dos casos, além disso, diz que o norovírus é
comum e provoca diarreia, vômitos, dentre outros sintomas comuns a este
tipo de doença. “Não houve nenhuma notificação oficial de aumento de
número de casos ou do aparecimento do norovírus em Salvador”, diz
Nizarala.
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