Os sociais-democratas têm cuidado muito bem dos servidores públicos e, como consequência disso, convivemos com uma absurda desigualdade e pobreza no país. Salim Mattar para a revista Oeste:
A
carga tributária brasileira era de 24,3% do PIB em 1984, quando os
militares ainda estavam no poder. O social-democrata José Sarney assumiu
em 1985 e, desde então, com sucessivos governos adeptos da
social-democracia, a carga tributária saltou para 34%, crescimento de
40% em 34 anos, mais de 1 ponto porcentual ao ano! No mundo inteiro, os
sociais-democratas são conhecidos por sua voracidade por impostos para
agigantar o Estado com a falsa promessa de um estado de bem-estar
social.
Nossa
carga tributária se aproxima à de países como a Bélgica e a Áustria,
que possuem uma elevada qualidade de serviços em segurança, educação,
saúde, saneamento e infraestrutura em contrapartida aos impostos
arrecadados de seus cidadãos. O Brasil, taxando em 34%, está na quarta
posição no ranking de países com a mais elevada carga tributária sobre
empresas, logo depois de Índia, Malta e Congo. Pior, o país possui
também uma das mais elevadas tributações sobre a folha de pagamentos,
criando um desestímulo ao emprego. Elevar a taxação de quem cria
empregos e gera riqueza é um absoluto contrassenso. Este Estado
gigantesco, pesado, burocrático, lento e oneroso para o cidadão custa ao
povo 5 meses de trabalho por ano apenas para pagar impostos, mas a
qualidade de serviços à população deixa muito a desejar em todas as
áreas em que o Estado se meteu e prometeu, constitucionalmente, atender
às expectativas da sociedade.
Um governo falido
Ao
contrário, vivenciamos absoluta insegurança nas cidades médias e
grandes, impunidade à bandidagem muitas vezes protegida por instituições
do próprio Estado, como o Supremo Tribunal Federal (STF), Ministério
Público, Defensoria Pública, partidos políticos, organizações não
governamentais e blogueiros progressistas e de esquerda. A qualidade das
escolas brasileiras, que era ruim do primário à universidade, além de
ter tido o ensino ideologizado pelas teorias arcaicas de Paulo Freire e o
corporativismo dos professores, que dificultam melhorias e mudanças,
está, gradualmente, piorando. Conforme dados de 2020 da Agência Nacional
de Saúde Suplementar (ANS), cerca de 47 milhões de brasileiros são
usuários dos serviços de saúde privada, enquanto 150 milhões dependem do
Sistema Único de Saúde (SUS). Mais de 35 milhões de brasileiros vivem
sem água tratada e, em 2020, mais de 600 crianças morreram por mês pela
ausência de saneamento. Os investimentos em infraestrutura do país estão
sendo feitos muito mais pela iniciativa privada do que pelo governo,
devido à absoluta carência de recursos para tal. Resumindo, o governo
faliu em suas obrigações em contrapartida aos impostos, coercitivamente
arrecadados dos cidadãos.
Desde
a Constituição de 1988, denominada pelos sociais-democratas de
“cidadã”, foram criados inúmeros tributos, como CPMF, Cofins, Cide, CIP,
CSLL, PIS Importação, Cofins Importação, ISS Importação e outros.
Criaram novos impostos e aumentaram alíquotas, mas foram incapazes de
reduzir o tamanho da máquina. Diferentemente da reforma tributária na
década de 1960, que foi elaborada por uma equipe técnica, na elaboração
da parte tributária na Constituição, o processo foi conduzido por
políticos que, mesmo bem assessorados, tinham caráter eminentemente
político. Desde a Constituição, foram editadas 443.236 normas
tributárias, de acordo com estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de
Planejamento Tributário (IBPT), e o efeito perverso disso foi a geração
de um contencioso de R$ 4 trilhões, demonstrando o apetite
arrecadatório dos governos.
Os
governos criativamente implementaram impostos de fácil arrecadação,
como combustíveis e energia dobrando o custo para o consumidor. Metade
da conta de luz são impostos e aqueles que incidem sobre combustíveis
são de aproximadamente 100% sobre o custo, penalizando os brasileiros e a
competitividade da indústria.
Burocratas concursados
Os
governantes têm sido cada vez mais autoritários, arbitrários e abusivos
na arrecadação de impostos, enquanto os pagadores de impostos,
denominados pelo governo de contribuintes, ficam mais fragilizados. O
Estado possui o monopólio da força e da violência, dirigido por
burocratas concursados ou eleitos pelo voto, cujos interesses pessoais,
partidários, corporativistas ou políticos nem sempre coincidem com os de
conveniência para povo.
Presenciamos
o dinheiro arrecadado dos cidadãos ser absolutamente mal alocado em
interesses próprios daqueles que decidem e não levando em consideração
as prioridades de um país que possui 11 milhões de analfabetos,
brasileiros na pobreza, extrema pobreza, miséria e comprando ossos para
saciar a fome. Enquanto isso, os governos social-democratas têm sido
muito cuidadosos transferindo a renda de todos os brasileiros, os
pagadores de impostos, para um seleto grupo de servidores encastelados
nos Três Poderes do governo federal, principalmente no Judiciário, cujos
“privilégios adquiridos” são considerados pela Justiça, ou por eles
mesmos, como “direitos adquiridos” ou “direitos eventuais”.
Assimetria salarial
A
renda per capita média do Brasil é de R$ 35 mil; no Maranhão, o Estado
mais pobre do país, é de apenas R$ 14 mil; em São Paulo, o Estado mais
industrializado, R$ 51 mil. Mas no Distrito Federal, onde predomina o
setor público, a renda é de R$ 91 mil. Essa desigualdade é proveniente
da má alocação de recursos e interesses corporativistas daqueles
burocratas e governantes que gerem o dinheiro que pertence aos pagadores
de impostos, direcionando para si, prioritariamente, os recursos também
denominados de “públicos”. Com isso, criou-se uma gigantesca assimetria
salarial, em que os servidores municipais possuem um salário médio de
quase R$ 3 mil, os estaduais de R$ 5 mil e os federais de R$ 9,2 mil.
Isso significa que, entre os servidores públicos, os estaduais ganham o
dobro dos municipais e os federais o dobro dos estaduais.
Comparando
a remuneração entre os Poderes, encontramos também uma grande
assimetria. Enquanto a remuneração média dos servidores do Executivo é
de quase R$ 5 mil e no Legislativo de R$ 6 mil, os servidores do
Judiciário recebem cerca de R$ 12 mil. Essas remunerações se tornam uma
afronta aos pagadores de impostos, pois, enquanto no setor privado a
média de salário é de pouco mais de R$ 2 mil, no setor público, os
consumidores de impostos possuem uma remuneração média que ultrapassa R$
4 mil, o dobro daqueles que abastecem de impostos o caixa dos governos.
Se levarmos em consideração os benefícios, as benesses e os
penduricalhos no setor público, essa assimetria se acentua enormemente
e, se compararmos com as remunerações e os benefícios das estatais, a
coisa fica ainda pior.
Os
sociais-democratas têm, ao longo destes 36 anos, cuidado muito bem dos
servidores públicos do governo federal, e, como consequência disso,
convivemos com uma absurda desigualdade e pobreza no país. É hora de
nossas autoridades e nossos partidos políticos colocarem em pauta a
redução de impostos e, por consequência, a redução do tamanho do Estado e
a melhor alocação dos recursos que pertencem de fato não ao governo,
mas aos pagadores de impostos. Além de encontrar alguma forma de conter
as investidas do setor público em busca de aumentos, benefícios e
diferenciais jamais vistos na iniciativa privada.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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