As
equipes Atombot e SESI CLP competiram na FIRST LEGO League Challenge
com robôs feitos de LEGO, em Houston, nos Estados Unidos. Outros dois
times brasileiros disputaram as modalidades FTC e FRC
Em uma competição de robótica,
vence o melhor robô, correto? Sim e não. Nas competições da FIRST, além
da construção e do desempenho do robô, são avaliadas diferentes frentes
de trabalho da equipe, como projetos sociais e de inovação, planos de
negócio, caderno de engenharia, design, valores e atitudes como bondade e
cooperação, e iniciativas para levar ciência e tecnologia à
comunidade.
Após
quatro dias de robôs competindo em quadra e de avaliações das cerca de
770 equipes e seus projetos, chegou ao fim, neste sábado (23), o FIRST Championship, torneio mundial que ocorre nos Estados Unidos anualmente com estudantes do ensino fundamental e médio dos cinco continentes.
O Brasil, representado por quatro times - dois na modalidade FIRST LEGO League Challenge (FLL), um na FIRST Tech Challenge (FTC) e um na FIRST Robotics Competition (FRC)
-, mais uma vez serviu de inspiração para competidores de outros países
e marcou presença entre os melhores do mundo, levando prêmios
importantes na FLL.
Faça o download:
* Premiação das equipes brasileiras de FLL: https://we.tl/t-wXG6hFYeIn
* Robôs premiados: https://we.tl/t-iOSSEhVaqO
* Imagens das competições: https://we.tl/t-ziv4y5FNp3 e https://we.tl/t-biDE641zDy
Engenharia criativa fez diferença nas partidas
As
duas equipes brasileiras que competiram na FLL, a Atombot, do SESI de
São João del Rei (MG), e a SESI CLP, de Campo Limpo Paulista (SP),
ficaram entre as cinco melhores, de 108 times, em duas categorias
técnicas.
Os
estudantes levaram o 1º e o 2º lugar, respectivamente, no prêmio
Engenharia de Excelência. Com robôs bem construídos e programados, eles
se destacaram também nas partidas da mesa, em que devem cumprir uma
série de atividades e somar pontos. No final, acabaram com a 4ª (SESI
CLP) e a 5ª (Atombot) colocação na categoria Desempenho do robô.
Herbert
Campos, 16 anos, da Atombot, lembra que, para chegar ao topo do
mundial, foi um longo caminho. A equipe foi criada em 2013 e, desde
então, vem evoluindo e acumulando prêmios regionais, nacionais e
internacionais, como o de Projeto de Inovação no Open da Austrália de
2019.
▶ Vídeo: quatro equipes brasileiras participam do FIRST Championship
“Nessa
temporada, tivemos pouco tempo para preparar e traduzir toda a
documentação, fazer as modificações que achávamos necessárias no robô e
no projeto. Mas mandamos bem na partida e, na avaliação de sala, os
juízes foram muito receptivos, conseguimos nos comunicar e passar as
mensagens que queríamos”, lembra o veterano da equipe.
As
colegas Julia Meneses, 12, e Estela Terzi, 14, foram reconhecidas ainda
por levar os valores da FIRST, como trabalho em equipe, empatia e
competição amigável. Ambas voltarão para casa com um botton edição
limitada do Woodie Flowers.
Estreante
em torneios internacionais, a equipe do SESI CLP ganhou confiança nos
dois primeiros dias de competição após ir bem nas partidas testes e na
avaliação. “É a nossa primeira vez no mundial, e no ano passado também
era a primeira vez no campeonato nacional, que vencemos como Champion's
Award. Na sala, falamos sobre o nosso projeto, criação e as inovações do
robô e o trabalho da equipe durante toda a temporada”, completa Erick
Rodrigues.
▶ Veja como foi o primeiro dia do mundial
Apesar
de ser a menor competição em número de equipes no mundial - FTC tem 160
e FRC 450 -, a FLL é a modalidade presente no maior número de países,
portanto, com maior alcance. No Championship, são entregues prêmios em
diversas categorias, técnicas e comportamentais, além do Desempenho do
robô e Engenharia de Excelência: Design do robô, Técnico/Mentor, Core
Values, Engenharia, Breakthrough, Rising All-Star, Motivação, Peer Award
e o prêmio principal, Champion's Award - que, neste ano, uma equipe da
Espanha levou.
Trocas de experiências e preparação para os próximos torneios
Na
FIRST Tech Challenge (FTC) e na FIRST Robotics Competition (FRC),
modalidades com robôs maiores, que chegam ao porte industrial, também
houve diversas premiações. Algumas semelhantes à FLL, como Design, e
outras distintas, como Motivação, Inspiração e Criatividade.
A
Geartech Canaã 16054, do SESI Canaã em Goiânia (GO), e a Under Control
1156, do Marista de Novo Hamburgo (RS), já participaram de mundiais
anteriores e carregam no currículo diversos prêmios internacionais.
Dessa vez, eles voltam para o Brasil com experiências positivas e
algumas melhorias a serem feitas para as próximas competições.
“A
gente chegou no torneio e estávamos bem ansiosos por conta da
apresentação e das partidas, mas o legal da competição é conhecer outros
times, os projetos que eles têm, conversar com pessoas de países
diferentes e outras categorias, como o FRC”, reconhece Matheus Amorim,
17, da Geartech.
Ele
acredita que, mesmo sem o resultado que esperavam, eles fizeram um bom
trabalho, tocaram diversos projetos sociais e alcançaram muitas pessoas
com a ciência e a tecnologia. Amanda Wilmsen, 18, da Under Control,
concorda e destaca que essa é a sétima participação da equipe no
mundial.
“A
competição vai muito além de um prêmio, sempre saímos com muita
bagagem, coisas que podemos aprender com outras equipes e aplicar em
nosso país. No Brasil, não temos tanto investimento em ciência e
tecnologia, então fazemos um trabalho para iniciar novas equipes. Há um
desafio para engajar equipes, mentores e patrocinadores”, pondera Amanda
Wilmsen.
Uma das integrantes da equipe, Isabela Gonchoroski da Silva, 17, ainda foi uma das finalistas na Dean’s List,
que reconhece estudantes que apresentam valores como liderança e
inovação durante a competição. Em um encontro com o fundador da FIRST
Dean Kamen, os finalistas tiveram a oportunidade de saber mais sobre
bolsas de estudo nos Estados Unidos e entrar em contato com
representantes de universidades.
Em
discurso na cerimônia de premiação, Dean Kamen agradeceu não só a
organização do evento como os pais, professores e líderes que fazem os
programas e os torneios de robótica possíveis. “A nossa comunidade
global é grande e o crescimento de líderes, cientistas, engenheiros e
profissionais engajados com tecnologia está vindo dos programas da
FIRST”, disse.
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