Ministro das Relações Exteriores da China diz lamentar conflito e afirma que pode ajudar a acabar com a guerra por meio da diplomacia
Tribuna da Bahia, Salvador
02/03/2022 06:00 | Atualizado há 3 horas e 59 minutos
Em conversa com seu colega ucraniano, o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, disse ontem que Pequim está pronta para fazer todos os esforços para ajudar a acabar com a guerra entre a Rússia e a Ucrânia por meio da diplomacia. Numa sinalização de mudança na posição da China — que até agora vinha culpando a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) pelo confronto e evitando criticar a Rússia — Wang lamentou o conflito, chamando-o pela primeira vez de “guerra”, e disse estar “extremamente preocupado” com os danos aos civis.
Foi a primeira conversa entre Wang e o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, desde a invasão russa, em 24 de fevereiro. Kuleba pediu ao colega chinês que use os laços de Pequim com Moscou para parar a invasão russa, disse a Chancelaria ucraniana em comunicado. “Em vista da crise atual, a China pede à Ucrânia e à Rússia que encontrem uma solução para a questão por meio de negociações”, disse por sua vez a Chancelaria chinesa também em nota, acrescentando que o país apoia todo esforço internacional construtivo que conduza a um “acordo político”.
Segundo a nota chinesa, "a Ucrânia está disposta a reforçar a
comunicação com a China e espera que a China tenha um papel na obtenção
de um cessar-fogo".
A China é a maior parceira comercial da Ucrânia,
ao mesmo tempo em que os presidentes Xi Jinping e Vladimir Putin
firmaram no início de fevereiro, numa cúpula em Pequim, um acordo de
"parceria ilimitada".
“À medida que a guerra continua a se expandir, a principal prioridade é aliviar a situação para evitar que o conflito aumente ou mesmo saia do controle, especialmente para evitar danos a civis e garantir o acesso seguro e oportuno à ajuda humanitária”, disse Wang a Kuleba, ainda de acordo com o comunicado chinês.
Em janeiro, o presidente chinês Xi Jinping celebrou os 30 anos de laços com a Ucrânia, saudando o “aprofundamento da confiança política mútua” entre os dois países. A Ucrânia é parte da Iniciativa do Cinturão e Rota, uma rede global de infraestrutura e comércio promovida pela China. A China começou ontem a retirar seus cerca de 6 mil cidadãos que estavam na Ucrânia, informou a mídia oficial, depois que um chinês foi baleado enquanto viajava do Leste da Ucrânia para a fronteira com a Polônia. A vítima está hospitalizada.
O ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, anunciou mais cedo que a Rússia continuará a sua ofensiva na Ucrânia até alcançar os seus objetivos, em um contexto de intensificação do uso da força por parte das tropas de Moscou. Durante a madrugada, o prédio do governo regional da segunda maior cidade da Ucrânia, Kharkiv, foi atingido por um míssil. Pelo menos 10 pessoas morreram e 35 ficaram feridas. Também há sinais de um ataque maciço iminente à capital do país, Kiev, que continua cercada há vários dias.
Imagens de satélite registraram, na noite de segunda-feira, um comboio de veículos militares russos de cerca de 64 quilômetros de extensão em direção à cidade. Segundo a empresa Maxar, responsável pela imagem, podem ser vistos tanques, peças de artilharia, veículos de transporte e outros equipamentos de logística. De acordo com a CNN, a fila se estende da área ao redor do aeroporto de Antonov, que fica a cerca de 25 quilômetros do Centro de Kiev), ao sul, até a cidade de Prybirsk, ao norte.
Fonte: O Globo e agências internacionais
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