Após tanto tempo de desgaste,protestos, agressões ,tumultos
e agitações , que já mataram muitos venezuelanos ,objetivando a destituição do tirano local , Nicolás Maduro ,sucessor do outro
tirano, Hugo Cháves, ficou mais que evidenciado
durante todo esse tempo que as
perspectivas de sucesso dessas mobilizações internas e internacionais,pelos
métodos “tradicionais”, empregados desde o
começo até agora, tendem à frustração total.
O povo venezuelano,apesar de “motivado”,porém totalmente
desarmado e despreparado para essa “guerra” interna, jamais conseguiria enfrentar em igualdade de condições as forças
militares e policiais de Maduro ,excepcionalmente bem alimentadas e treinadas,no meio de um povo
que passa fome, bem como armadas até aos
“dentes”, submetidas ao ditador.
As pressões “diplomáticas” dos países que apoiam a derrubada
de Maduro , incluindo o Brasil e, por conseguinte , a reinstalação da
democracia na Venezuela , já se mostraram totalmente infrutíferas. Por isso o
resultado dos esforços e pressões
diplomáticas nesse desiderato somam
igual a “zero”.
Nicolás Maduro não cede um só centímetro, incentivado provavelmente pelas “costas quentes” que têm com a Rússia e a China
, os quais , mesmo no período do meu
enganoso socialismo “de juventude”, jamais eu poderia imaginar que pudessem ser tão “FDP”
como efetivamente são , de modo a se
omitirem e até apoiarem as atrocidades a
que o tirano local submete o seu povo .
Mas certamente essas duas potências mundiais colocam osinteresses ideológicos e comerciais que têm com a Venezuela bem acima
das justas reivindicações do povo venezuelano.
Restaria a alternativa de uma eventual intervenção militar
nesse país, pelo grupo de nações que
sentiu as “dores” pelo sofrido povo venezuelano, encabeçados pelos
Estados Unidos. Mas essa eventual “intervenção” teria os mesmos efeitos de uma
declaração de guerra,mesmo que informal, o que poderia esbarrar em demoradas e complicadas demandas e articulações políticas e jurídicas internas em cada país envolvido. O certo é que
não poderia ser “para já”. E a caótica situação venezuelana exige um “já”. O
seu povo está sendo “trucidado” pela violência da ditadura local, e necessita
de permanente ajuda humanitária,
inclusive remédios e comida, sob o olhar indiferente dos seus “parceiros”
russos e chineses.
Resumidamente falando, a situação do vizinho pais é muito
complicada para ser atacada pelos métodos “convencionais”,até agora empregados
e imaginados.
Na verdade, não se deve atribuir valor de verdade absoluta
ao lema segundo o qual “os fins justificam os meios”. Isso geralmente não é
verdade, reforçando os abusos e arbitrariedades.Mas excepcionalmente procedimentos que se enquadrem nessa categoria
podem ser cogitados com legitimidade, recebendo suporte moral e ético. Nenhuma “convenção” humana, ou
mesmo lei, pode se sobrepor aos interesses maiores da humanidade ,ou mesmo de qualquer povo. É mais ou menos, e só para exemplificar,
o sentido da regra que está escrita na
Constituição Brasileira: “todo o poder emana do povo...” (CF,art.1º,parágrafo
único).
Por tudo que se observa portanto, o povo venezuelano não
poderá contar com as alternativas da sua
libertação cogitadas e “trabalhadas” até
agora,nem com a “sorte” de se livrar do
seu tirano mediante causas “naturais”,
como o seu “passamento”,por causas naturais ou acidentais. Seria necessário muita “sorte” desse povo para
que isso acontecesse. E a vida, mais ainda de um povo inteiro, não pode
depender só de sorte. A sorte tem que
ser “buscada”.
Tudo leva a crer, portanto, que algum herói anônimo e voluntário, tipo “atirador de elite”,”franco-atirador”,
ou “sniper”, daria conta perfeitamente desse “recado” , sem maiores envolvimentos diplomáticos ou políticos, desperdícios econômicos, perda de mais
vidas humanas, ou de risco de guerra regional ou generalizada ,envolvendo as Grandes Potências,
sem contar o “baque” que seria para a economia do Brasil,já em situação de agonia
,por “herança” política, na sua condição de pais fronteiriço com a Venezuela,que
de uma ou outra forma ,direta ou indiretamente, também estaria envolvido nesse possível conflito bélico.
Seria uma saída bastante simples . Eprática ,para um problema tão
complexo. Eaté parece que não haveria grande
dificuldade desse povo ser “sorteado”
com algum bom atirador, herói “sniper”,militar ou civil,preferentemente de outras terras, por razões
óbvias,formalmente sem subordinação a qualquer país, capaz de assumir ,mesmo
que na clandestinidade , essa “empreitada” de salvar o povo venezuelano do seu
algoz.
Esse nossopossível “candidato” a herói teria que ter uma estrutura moral capaz rechaçarde início qualquer motivação relacionada a“mercenarismo”,ou seja, fazer do seu
objetivo, do “abate” de Maduro, um negóciocom interesse financeiro,porque se
assim fosse esse objetivo de eliminação“humanitária” perderia totalmente qualquer
legitimidade.
Mas os “métodos” mercenários e a desvinculação de
complicados regulamentos ou hierarquias
“oficiais”,não poderiam ser descartados,na possível ação desse “lobo solitário”. Seria uma vida
“nociva” sacrificada, mas o seria pelo bem maior de um povo inteiro. Um “fim”
justo que daria legitimidade ao “meio”
empregado ,em resumo.
Não ousamos ir tão
longe. Mas talvez a ação desse
imaginário “libertador” do povo
venezuelano pudesse buscar a sua
legitimidade a partir da
“doutrina metafísica” do UTILITARISMO PRAGMATISTA ,pela qual “uma ideia corresponde ao conjunto
dos seus desdobramentos práticos”.
Portanto essa “doutrina metafísica” de certo modo poderia daralgum
amparo filosófico à frase “os fins justificam os meios”,
erradamente atribuída ao filósofo
Nicolau Maquiavel , na sua imortal obra “O Príncipe”.
E bem longe da pretensão de fazer um estudo mais profundo
sobre a “´´ética da morte” ,na verdade
as regras morais e éticas incidentes sobre o direito de matar mudam radicalmente durante as guerras. E a
Venezuela de fato está em estado de guerra, apesar de não ter preenchido ainda os requisitos formais exigidos pelo direito internacional
para que se configure esse tipo de situação.
Sérgio Alves de Oliveira
Advogado e Sociólogo
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