Foto: Marcos Corrêa/PR
Bolsonaro participa da formatura de diplomatas no Palácio do Planalto
O presidente Jair Bolsonaro avaliou nesta sexta-feira (3) que o
ditador Nicolás Maduro não deixará o poder na Venezuela se a Forças
Armadas não foram enfraquecidas. Em conversa com jornalistas, na saída
de cerimônia de formatura de diplomatas em Brasília, ele disse esperar
que a divisão iniciada na base das forças militares se estenda para os
generais da cúpula, que seguem leais ao ditador. “A gente espera que
essa fissura, que está na base do Exército, vá para cima. Não tem outra
maneira. Se você não enfraquecer o Exército da Venezuela, o Maduro não
cai”, afirmou. O presidente também disse que não tem o que dialogar
neste momento com Maduro. Segundo ele, o que o governo brasileiro
deseja, que é a sua saída do cargo, ele não atenderá. “Não tem o que
conversar com ele. O que nós queremos, no meu entender, ele não vai
ceder”, disse. Em fevereiro, Bolsonaro declarou apoio ao líder
oposicionista Juan Guaidó, que iniciou movimento nesta semana para
tentar derrubar o ditador. Ao todo, quatro civis morreram em protestos
contra Maduro e cerca de 200 pessoas ficaram feridas nos dois primeiros
dias de protestos, segundo dados da ONG Foro Penal. Guaidó convocou
passeatas para o sábado (4). O plano é ir até os principais quartéis da
Venezuela, em um novo desafio ao ditador após a frustrada rebelião
militar de terça-feira (30). Apesar disso, Bolsonaro afirmou que está
mais preocupado com uma eventual vitória da senadora Cristina Kirchner
nas próximas eleições presidenciais na Argentina do que o conflito
interno na Venezuela. A minha maior preocupação é com a Argentina hoje
em dia”, respondeu o presidente ao ser questionado sobre a crise
política na Venezuela. “Vai no limite do [Palácio do] Itamaraty”,
acrescentou quando questionado sobre o que o Brasil poderia fazer. Ele
já tinha feito uma declaração semelhante na quinta-feira (2), durante
entrevista ao SBT. A sucessão presidencial na Argentina também ocupou
parte do discurso de Bolsonaro aos futuros diplomatas, em cerimônia
promovida no Ministério de Relações Exteriores. Sem citar nominalmente
Kirchner, ele disse que a volta da ex-presidente de esquerda ao país
vizinho poderia criar uma “nova Venezuela” na América do Sul.
Folhapress
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