Foi amor à primeira vista. O casal Romain Gonçalves, francês filho de
portugueses, e Helen Schaly, brasileira descendente de alemães, foi
apresentado a um fruto de cacau durante uma feira de alimentos em São
Paulo. Em 2014, em busca de mais qualidade de vida, já estavam residindo
em Itacaré, no Sul da Bahia. No ano seguinte, adquiriram a Fazenda
Pancadinha, no mesmo município, com uma área 27 hectares, sendo 20
hectares de cacau. Era o primeiro passo para a realização do sonho que
nasceu naquele primeiro contato com o cacau: a produção de chocolate.
“Sempre fomos consumidores de produtos orgânicos, dentro de uma
filosofia de vida saudável e respeito à natureza e decidimos que a nossa
produção de cacau seria orgânica”, conta Helen. Com a colheita 100%
orgânica, a fábrica de chocolate foi instalada em meio à plantações de
cacau. Nascia, em 2019, o Gonschä Chocolat, um autêntico produto tree to
bar (da árvore à barra), lançado oficialmente no Chocolat Festival,
realizado em abril na Bienal do Ibirapuera, em São Paulo. “Decidimos
investir na produção de chocolates, já que a gente cuida desde a
plantação até a colheita e manejo das amêndoas. Processamos esse cacau,
que é de ótima qualidade, e fazemos um chocolate premium, que tem alto
valor agregado”, explica Romain.
A unidade tem capacidade de produção de 16 quilos por
dia, com potencial de ampliação. O Gonschä Chocolat é produzindo nas
versões com 90%, 70% e 40% de cacau; 70% com laranja, 40% com castanha
de caju, 35% chocolate branco, e 35% chocolate branco com nibs. A meta é
atingir inicialmente o mercado baiano, mas já existem projeções para
comercialização em São Paulo, onde o Gonschä foi bem recebido no
festival, Rio de Janeiro e demais estados do Sul/Sudeste, onde está o
principal mercado consumidor, posteriormente o exterior. “Existe uma
demanda por produtos de origem, com foco na sustentabilidade. O Sul da
Bahia, com a imagem mundial de Jorge Amado, a história, a biodiversidade
e os investimentos na qualidade do cacau, tem pelas condições de se
consolidar como polo de chocolate”, destaca Romain. “As pessoas vão se
acostumar a consumir o verdadeiro chocolate e valorizar a produção ´tree
to bar´ (da árvore à barra) e ´bean to bar´ (da amêndoa à barra), com
elevados teores de cacau”, diz. Helen ressalta ainda que “o nosso cacau
vai pra Europa e volta como chocolate, um produto muito mais caro. É
preciso um trabalho permanente de valorização e divulgação da produção
sul baiana, que tem um chocolate com características únicas no mundo”.
“Toda a cadeia produtiva do Sul da Bahia se beneficia com a produção de
cacau e chocolate de qualidade”, finaliza. As novidades da Gonschä podem
ser acessadas no Instagram e em breve será lançado o site.
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