MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sexta-feira, 3 de maio de 2019

Deputado apresenta reclamação no CNJ contra presidente do TJ da Bahia

POLITICA LIVRE
Foto: Divulgação/Arquivo
Presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Gesivaldo Brito
O presidente do Tribunal de Justiça da Bahia, desembargador Gesivaldo Britto, virou alvo de reclamação disciplinar no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sob a acusação de irregularidades na nomeação de juízes para as comarcas de Formosa do Rio Preto e Santa Rita de Cássia, no Oeste do Estado. A reclamação foi motivada por uma série de atos administrativos e decisões judiciais que transferiram a propriedade e a posse de 366 mil hectares de terra a um único homem, José Valter Dias. A área equivale a cinco vezes o tamanho da cidade de Salvador. Cerca de 300 produtores de soja que estão nas terras desde a década de 1980 alegam estarem sendo prejudicados. A reclamação disciplinar foi apresentada pelo deputado federal Valtenir Pereira (MDB-MT), membro da Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, e pelo ex-deputado Osmar Serraglio (PP-PR), que integrou a comissão. Em dezembro, uma audiência pública promovida pelo órgão denunciou a existência “de graves mecanismos sistêmicos de grilagem de terras no Oeste da Bahia”. Segundo o documento, o presidente do TJBA tem designado juízes para o Oeste do Estado “em afronta aos critérios legais e com o único intuito de beneficiar o casal José Valter Dias e Ildenir Gonçalves Dias.” A reclamação disciplinar inclui ainda as juízas Marivalda Moutinho e Eliene Oliveira. No dia 1 de março, o CNJ anulou uma portaria de 2015 do TJBA que transferia a propriedade dos 366 mil hectares a José Valter Dias e cancelava cerca de 300 matrículas (registros de imóveis) de agricultores locais. O presidente do TJBA apresentou recurso contra a decisão, defendendo que as terras permanecessem com José Valter Dias. Não oteve sucesso. Logo em seguida, ele nomeou a juíza Eliene Oliveira – que até então atuava em juizados especiais em Salvador, a 1.000 km de distância – para atuar em caráter excepcional, a partir de 27 de março, em Formosa do Rio Preto. Duas semanas depois, a juíza Eliene Oliveira deu uma liminar contrariando a decisão do CNJ e transferindo novamente os 366 mil hectares a José Valter Dias. A liminar foi suspensa esta semana pela desembargadora Ilona Márcia Reis.

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