Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula
Ciro Gomes e Lula
Em passagem pelo Recife, o ex-candidato à Presidência pelo PDT,
Ciro Gomes, afirmou nesta segunda-feira (27) que não visitaria o
ex-presidente Lula na prisão se o petista pedisse. Na quinta-feira
passada (23), o presidente do PDT, Calos Lupi, visitou Lula em Curitiba,
onde está preso desde abril de 2018, após ser condenado por corrupção e
lavagem de dinheiro. Questionado se tinha mágoa do petista após as
eleições do ano passado, quando Lula costurou nos bastidores o
isolamento do pedetista, Ciro respondeu que não. “Que mágoa, amigo? Eu
faço política. Ele [Lula] que pediu ao Lupi para ir. Não pediu a mim
para ir não, embora, se pedir, eu não vou mais”, disse. Sobre as
manifestações deste domingo (26), Ciro defendeu que a esquerda precisa
tratar deste fenômeno com mais cuidado e humildade. “Essa gente é
suficiente para mostrar que nós precisamos tratar esse fenômeno com mais
sofisticação, cuidado e respeito do que supõe um certo pensamento
esquerdista pouco reflexivo”. Ao falar da pauta das manifestações,
criticou o Supremo Tribunal Federal e o Congresso, mas afirmou que
fechá-los não seria a solução. Ciro, que participou de um debate na
Unicap (Universidade Católica de Pernambuco), disse que o presidente
Jair Bolsonaro também choca a direita. “Uma coisa é a direita. A direita
tem uma percepção das coisas que o Bolsonaro choca também. O
bolsonarismo não é propriamente direita. É ultradireita”. Ele criticou,
de maneira genérica, as declarações do presidente e o pensamento dos
seus seguidores. “É fascismo no seu estado mais bruto”. O pedetista
também comentou a declaração em que Bolsonaro, ao falar sobre a economia
a ser gerada com a reforma da Previdência, comparou os japoneses a
coisas pequenas. “Só pode ser coisa de armário, de falar de gay, do
tamanho do membro viril dos orientais e todo dia tem um assunto. Isso é
um caldo de cultura de uma ultradireita chucra. Isso que é o Bolsonaro
é”, disse Ciro. Na última sexta-feira (24), Bolsonaro afirmou que “se
for uma reforma de japonês, ele [o ministro da Economia, Paulo Guedes]
vai embora. Lá [no Japão], tudo é miniatura”.
Folhapress
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