A
mais recente edição da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta quarta-feira (30) pelo IBGE,
aponta que o setor de alimentação fora do lar registrou aumento salarial
e avanço na taxa de ocupação em 12 meses, apesar de uma leve retração
no trimestre encerrado em março deste ano.
A
taxa de ocupação no setor ficou em 5,56 milhões de pessoas entre
janeiro e março, número menor que o registrado no trimestre anterior
(5,74 milhões), mas 1,3% superior ao mesmo período de 2024. Já o
rendimento médio mensal alcançou R$ 2.227, uma alta de 2,8% na
comparação anual. Trata-se de um recorde histórico para o segmento.
Contratar continua sendo obstáculo
Apesar
do avanço nos salários, os empresários de bares e restaurantes
continuam encontrando dificuldades para preencher vagas. Uma pesquisa
recente da Abrasel revelou que 90% dos empresários do setor consideram
difícil ou muito difícil contratar novos funcionários. O principal
entrave está na falta de qualificação profissional (64%), seguida da
ausência de interessados (61%).
“Mesmo
com o aumento real dos salários, a contratação de profissionais segue
sendo um desafio, especialmente nos cargos que exigem especialização,
como sushiman, churrasqueiro e cozinheiro. Nosso levantamento mostrou
que 88% dos empresários classificam como ‘alta’ ou ‘muito alta’ a
dificuldade de encontrar profissionais qualificados para funções como
essas”, afirma Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel.
Para
contornar o cenário, os empresários têm adotado diferentes estratégias.
Entre elas, se destacam as premiações por desempenho (51%) e
investimento em treinamentos internos (40%). A pesquisa também apontou
que 92% contratam profissionais sem experiência prévia, optando por
formar esses trabalhadores dentro do próprio negócio.
“É
preciso valorizar quem está começando e criar caminhos de crescimento
dentro do próprio negócio. A oferta de capacitação e benefícios tem sido
uma forma de formar equipes mais engajadas e preparadas, mesmo diante
da escassez de mão de obra pronta no mercado”, completa Solmucci.
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