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domingo, 25 de maio de 2025

Inadimplência dispara e leva recorde de protestos a condomínios, com prejuízo anual de R$ 7 bilhões

 

Inadimplência dispara e leva recorde de protestos a condomínios, com prejuízo anual de R$ 7 bilhões


O cenário da inadimplência em 2024 foi marcado por uma escalada preocupante que afetou diretamente o setor de locação e a vida em condomínio no Brasil. De um lado, o volume de dívidas disparou; de outro, síndicos e administradoras correm para minimizar os prejuízos e manter os serviços essenciais funcionando.

De acordo com o Instituto de Estudos de Protesto de Títulos do Brasil (IEPTB), as dívidas condominiais levadas aos cartórios bateram recorde: saltaram de 4.885 casos em 2020 para 15.320 em 2024, um crescimento de mais de 200% em apenas cinco anos. E a tendência é de que esse número siga subindo, já que, só nos três primeiros meses de 2025, já foram registrados 6.266 novos protestos.

A estratégia de protestar as dívidas se tornou cada vez mais comum entre síndicos e administradoras, atraídos pela alta taxa de recuperação: em 2024, dos R$ 29,6 milhões em débitos protestados, R$ 7 milhões foram pagos, gerando um índice de efetividade de 25,2%.

Locação também sofre com inadimplência em alta

O impacto da inadimplência não ficou restrito aos condomínios. No mercado de locação, o Índice de Inadimplência Locatícia da Superlógica revelou que a taxa nacional passou de 3,20% em novembro para 3,46% em dezembro de 2024, a maior marca registrada no segundo semestre, embora ainda inferior aos picos de 3,86% vistos em fevereiro e abril.

A região Norte puxou a fila da inadimplência, com 7,05%, seguida por Nordeste (5,02%), Centro-Oeste (3,67%), Sudeste (3,13%) e Sul (2,73%). Quando o recorte é estadual, a Paraíba apresentou o maior índice: impressionantes 15,77%. Já Santa Catarina ficou na ponta oposta, com 1,97%.

Imóveis com aluguéis mais baixos foram os mais afetados. Nas residências com aluguéis de até R$ 1.000, a inadimplência chegou a 5,43%, enquanto nos imóveis comerciais da mesma faixa, a taxa foi ainda maior: 6,75%. No Ceará, o ano fechou com uma inadimplência de 4,11%, acima da média nacional.

Para Luciana Lima, CEO da Gestart Condomínios, essa situação é reflexo direto da dificuldade das famílias, principalmente as de renda mais baixa, em manter os compromissos básicos. “O aluguel dificilmente é o primeiro gasto a ser cortado. Por isso, o aumento da inadimplência revela uma fragilidade financeira grave que atinge a sociedade de forma ampla”, analisa.

Condomínios sob pressão

Nos condomínios, os efeitos da inadimplência são ainda mais imediatos e coletivos. Segundo o Grupo Superlógica, a falta de pagamento das taxas condominiais provocou um prejuízo anual estimado em R$ 7 bilhões em 2024. O levantamento, feito com cerca de 300 mil condomínios de todo o país, o equivalente a mais de 4,2 milhões de imóveis — revelou que, em março de 2025, a inadimplência das taxas chegou a 6,80%, o maior índice dos últimos dez meses.

Luciana explica que a taxa condominial funciona como um rateio para bancar as despesas do prédio, desde salários até manutenção e segurança. “Quando muitos deixam de pagar, os adimplentes acabam arcando com as consequências: aumento nas taxas ou cortes de serviços”, alerta.

Caminhos possíveis

O avanço da inadimplência força os condomínios a buscarem medidas mais enérgicas, como o protesto da dívida ou até ações judiciais que podem culminar em penhora e leilão do imóvel. Mas, segundo Luciana, é importante priorizar soluções que evitem o agravamento da situação. “Negociações mais humanas e flexíveis são fundamentais. Propor acordos e parcelamentos, por exemplo, pode ajudar a evitar que o morador acumule dívidas impagáveis e manter a saúde financeira do condomínio”, sugere.

Diante desse cenário, o recado é claro: a inadimplência não é um problema isolado, mas coletivo, com impactos que reverberam não só na vida financeira, mas também na qualidade de vida dentro dos condomínios. A mobilização de todos os envolvidos — síndicos, administradoras e moradores — é essencial para atravessar essa crise e garantir a sustentabilidade dos empreendimentos residenciais e comerciais no país.




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