MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 2 de abril de 2025

Grupo de Estudos sobre Livros Digitais Interativos da PUC-Campinas completa um ano de existência

 

Grupo de Estudos sobre Livros Digitais Interativos da PUC-Campinas completa um ano de existência

Desde março do ano passado, a equipe tem se dedicado a explorar a interseção entre produção editorial e tecnologia digital


O Grupo de Estudos sobre Livros Digitais Interativos da PUC-Campinas completou um ano de existência neste último mês de março. Desde a sua fundação, a equipe tem se dedicado a explorar a interseção entre produção editorial e tecnologia digital. Sob a liderança do Prof. Dr. João Paulo Lopes de Meira Hergesel, o projeto visa desenvolver livros digitais interativos que promovam a formação de leitores críticos e engajados na sociedade contemporânea.


O grupo, concebido em parceria com o Programa de Experiências Educacionais Inovadoras da PUC-Campinas, o Manacás, foca em discutir e implementar práticas comunicativas que atendam às demandas do mercado editorial moderno. Com um enfoque interdisciplinar, o grupo não só explora as potencialidades dos livros digitais interativos, mas também busca compreender como a leitura digital pode ser uma ferramenta de cidadania e desenvolvimento pessoal.


Em 2024, cinco projetos de Iniciação Científica foram iniciados por estudantes da Faculdade de Letras com o propósito de adaptar obras literárias clássicas brasileiras para plataformas digitais interativas. Foram selecionados os seguintes livros: “Casa Velha”, de Machado de Assis; “Nebulosas”, de Narcisa Amália; “Memórias de Martha”, de Júlia Lopes de Almeida; “Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá”, de Lima Barreto; e “Opúsculo Humanitário”, de Nísia Floresta.


De acordo com o professor João Paulo, a realização de projetos relacionados a livros digitais interativos na PUC-Campinas promove a inovação e o compromisso social, “valores institucionais centrais que orientam as atividades da Universidade”. Ele continua dizendo que ao integrar tecnologias digitais emergentes com práticas culturais, a PUC-Campinas, por meio do Programa de Desenvolvimento Humano e Integral - Levanta-te e Anda (PDHI-LA) e do Programa Manacás, aos quais o grupo está vinculado, “não só se mantém atualizada com as mais recentes tendências do mercado editorial e da pesquisa interdisciplinar, mas também contribui para a formação de leitores críticos e engajados, alinhando-se com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). Isso fortalece a reputação da Instituição como um centro de excelência em pesquisa e extensão, especialmente nas áreas de comunicação e linguagens”.


Todas as obras selecionadas para a realização do projeto são de domínio público ou de cunho autoral. Enquanto que em 2024 as obras trabalhadas foram de cânones da literatura brasileira, em 2025 o foco será em escritores de livros infantis que foram esquecidos pelo tempo. Além disso, os estudantes participantes têm podido trabalhar com obras que eles mesmos criaram e desenvolveram.


Atualmente, de acordo com o líder do grupo, estão vinculadas ao projeto duas bolsistas de iniciação científica financiadas pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Ambas começaram a fazer parte da equipe no ano passado. Agora, o grupo está em busca de conseguir outras cinco bolsas para os projetos que terão início neste ano.


A formação do grupo

A ideia de formar o grupo, segundo o seu líder, surgiu da necessidade de, como visto anteriormente, explorar a interseção entre a produção editorial e a tecnologia digital, especialmente em um contexto em que a literatura enfrenta desafios de acesso e engajamento. “Estudos sobre o leitor contemporâneo revelam que a ubiquidade (a sensação de estar em vários lugares ao mesmo tempo) torna a inserção de mídias (imagens, áudios, vídeos, links e afins) uma poderosa aliada para transformar a leitura em uma experiência mais envolvente e que possibilite a ampliação do conhecimento e do olhar crítico sobre a obra, o autor e o contexto de produção e circulação”, esclarece o professor.


No ano passado, o Grupo de Estudos realizou um estudo teórico abrangente sobre comunicação literária, produção editorial, mercado editorial, livros digitais e, mais especificamente, livros digitais interativos e, a partir de agora, com o apoio de alunos monitores do curso de Design Digital será iniciada a edição modernizada desta nova série de obras. “O objetivo é revisar a ortografia dos textos clássicos, sem fazer alterações que firam os direitos morais dos autores, e incorporar elementos interativos que tornem o material mais acessível e atraente para o leitor contemporâneo”, explica o líder do grupo.


Parceria com o curso de Design Digital

Neste primeiro semestre de 2025, a equipe celebrou uma parceria com o curso de Design Digital através do projeto “Histórias Mágicas”, um trabalho desenvolvido no contexto do componente curricular “Projeto Integrador: Produto Digital Interativo”. O projeto envolve os estudantes no desenvolvimento de pré-livros (livros sem textos) digitais interativos, inspirados nos conceitos de leitura interativa e sensorial, destinados a crianças em fase de alfabetização. Para o professor João Paulo, essa colaboração tende a enriquecer a formação dos estudantes, oferecendo uma experiência prática de trabalho colaborativo e interdisciplinar que alia inovação tecnológica e responsabilidade social.


“Por meio dessa parceria, novos projetos de iniciação científica estão nascendo, desta vez focados no resgate e na revitalização de livros antigos e esquecidos da literatura infantil e juvenil, utilizando tecnologia digital e recursos de inteligência artificial. Cinco projetos estão em avaliação por agências de fomento, tendo como objetos de estudo os livros ‘Contos Infantis’, de Adelina A. Lopes Vieira e Júlia Lopes de Almeida; ‘O Coração’, de Zalina Rolim; ‘Theatro Infantil’, de Olavo Bilac e Coelho Neto; ‘Páginas Infantis’, de Presciliana Duarte de Almeida; e ‘Histórias de Meninos na Rua e na Escola’, de João Köpke”, explica o professor.


Ele diz ainda que “esses projetos visam não apenas preservar o legado cultural desses autores e autoras, mas também engajar novos públicos por meio de experiências de leitura mais dinâmicas e acessíveis, alinhando-se aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, especialmente nos quesitos de inovação e redução de desigualdades. Com essa base sólida de inovação e colaboração, a PUC-Campinas reafirma o seu compromisso com a excelência acadêmica e a promoção de práticas educacionais inclusivas e transformadoras”.


O que são os pré-livros?

O conceito de pré-livro foi criado pelo designer italiano Bruno Munari (1907-1998) e consiste em um livro sem palavras, que realiza a sua comunicação apenas por meio de imagens. A proposta é que as crianças, ao interagirem com esse material, aprendam a “ler” as mensagens baseando-se nas formas e texturas, “entretanto, ainda que esse conceito seja trabalhado pelos professores de Design Digital no projeto integrador do curso, em nosso grupo de estudos, nós não o utilizamos, pois a nossa proposta inclui o uso de texto verbal, além das imagens”, comenta o professor João Paulo.


Diferenças entre livros tradicionais e interativos

Além dos pré-livros, é necessário também entender a diferença entre livros tradicionais e livros interativos. Enquanto os livros tradicionais são predominantemente estáticos, contendo texto e ilustrações fixas, os livros interativos incorporam elementos que permitem ao leitor interagir com o conteúdo. Nos livros físicos, a interatividade pode se manifestar por meio de botões de som, páginas de tecido, tiras recortadas que alteram a linearidade da leitura, imagens em pop-up que saltam à vista do leitor, entre outros recursos materiais que a criatividade venha permitir. Já os livros digitais interativos realizados pelo Grupo de Estudos podem incluir animações, vídeos, jogos e outras funcionalidades que enriquecem a experiência de leitura e incentivam a participação ativa do leitor.

 

Alinhamento com os ODS da ONU

Os projetos do Grupo de Estudos, como mencionado anteriormente, estão alinhados com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, especialmente os de número 4 (Educação de Qualidade), 9 (Indústria, Inovação e Infraestrutura) e 10 (Redução das Desigualdades). “Ao democratizar o acesso à literatura e promover o desenvolvimento humano e a transformação social, o trabalho com estas obras visam não apenas melhorar as práticas culturais, mas também garantir que pessoas em situação de vulnerabilidade tenham acesso a recursos culturais que promovam o seu desenvolvimento integral, além de familiarizar-se com as inovações da indústria criativa, especialmente no setor editorial”, encerra o professor João Paulo.

Assessoria de Imprensa PUC-Campinas

Mais informações com Daniel Rocha

Tel: +55 19 3343-7147 ou +55 19 99221-8085

E-mail: daniel.bertagnoli@puc-campinas.edu.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário