MEDIÇÃO DE TERRA

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quarta-feira, 12 de outubro de 2022

Militares entregaram os testes das urnas a Bolsonaro, que não pretende divulgá-los

 



Não há como comparar as Forças Armadas dos EUA com as do Brasil', diz  leitor - 26/07/2021 - Painel do Leitor - Folha

Charge do João Montanaro (Folha)

Cézar Feitoza e Marianna Holanda
Folha

O Ministério da Defesa adotou o silêncio após o primeiro turno das eleições e não responde a pedidos de informação sobre a fiscalização realizada no sistema eletrônico de votação em 2 de outubro. Depois do fechamento das urnas, técnicos das Forças Armadas fizeram verificações sobre o teste de integridade e a checagem da totalização dos votos, comparando as informações de cerca de 400 boletins de urna com os dados que chegaram ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para a contagem.

A Folha solicita desde terça-feira passada (dia 4) informações sobre a conclusão das análises dos dois procedimentos de fiscalização ao Ministério da Defesa. A pasta, no entanto, não responde aos pedidos.

TCU REQUISITA – A atuação das Forças Armadas na fiscalização das eleições tem sido utilizada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para justificar seu esforço de desacreditar as urnas eletrônicas.

Diante da falta de esclarecimentos, o subprocurador-geral do Ministério Público junto ao TCU (Tribunal de Contas da União), Lucas Rocha Furtado, enviou na sexta-feira (dia 7) ao ministro Bruno Dantas uma requisição dos relatórios de auditoria das Forças Armadas.

No ofício, Furtado disse considerar “dever do tribunal assegurar o princípio da publicidade e da transparência dos atos administrativos”.

PEDIDO ACATADO – Nesta segunda-feira (10), Bruno Dantas acatou o pedido de requisição dos documentos do Ministério da Defesa. Os militares terão 15 dias corridos para responder, seguindo o prazo regimental da corte de contas.

Integrantes do TCU entendem que, por envolver recursos públicos, a atuação dos militares na fiscalização do pleito é passível de acompanhamento e até de possíveis sanções por parte do Tribunal de Contas.

Mas os comandantes das Forças Armadas manifestaram insatisfação com a postura do TCU, que chamaram de “fiscalização da fiscalização”, e esse desconforto foi comunicado informalmente a ministros da corte de contas.

EM ANDAMENTO – No início da semana, militares afirmaram reservadamente à Folha que os técnicos das Forças Armadas ainda não haviam concluído a verificação dos boletins de urna dos 153 municípios analisados.

Até aquele momento, porém, os militares avaliavam que os processos apresentaram pequenas falhas, especialmente no teste de integridade. Mas os problemas, de acordo com os relatos, foram mínimos e não tiveram potencial para prejudicar o resultado do pleito.

Ainda segundo os relatos, houve casos de urnas desbloqueadas após o representante da Justiça Federal colocar três vezes o dedo no leitor de biometria — e o correto seria liberar após quatro contatos.

TESTE DE INTEGRIDADE – No projeto-piloto do teste de integridade com biometria, os militares avaliaram que foram poucos os eleitores convidados para participar da validação dos dados coletados anteriormente, o que teria feito o procedimento não ficar tão semelhante ao que ocorre durante a votação real.

Na totalização, houve também o diagnóstico de que o TSE demorou para disponibilizar os boletins de urna na internet, atrasando a análise dos dados no dia da eleição.

Mas o TSE divulgou na quinta-feira (6) que o teste de integridade teve 100% de sucesso, sem nenhuma divergência na votação. Um dia antes, o TCU anunciou não ter encontrado irregularidades na conferência dos votos. Ao todo, 15 auditores analisaram 560 boletins de urna e concluíram que não houve inconsistência na contagem.

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