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O embaixador chinês no Brasil, Yang Wanming,
subiu o tom ao responder neste domingo (12) a uma postagem do embaixador
americano Todd Chapman.No dia anterior, Chapman divulgou link para um relatório segundo o qual o Partido Comunista chinês estaria conduzindo uma campanha de esterilização em massa de mulheres como forma de repressão à minoria étnica uigur.
Ao postar o link para o estudo, Chapman escreveu: “Esterilização em massa de mulheres uigures pelo Partido Comunista Chinês —silêncio não é uma opção”.
Wanming respondeu: “Olha, esse homem vem ao Brasil com a missão especial, que é atacar a China com boatos e mentiras, aconselhamos que pare de fazer atividades desse tipo e faça bem o seu trabalho. Uma formiga tenta derrubar uma árvore gigante, ridiculamente exagerando em sua capacidade”.
O relatório foi feito pela Fundação Jamestown, um think tank de Washington. Divulgado no final de junho, aponta que o Partido Comunista utiliza esterilização, controle de natalidade obrigatório e abortos forçados para controlar as taxas de nascimento na província de Xinjiang.
A taxa de crescimento populacional nas regiões com as maiores populações uigures caíram 84% entre 2015 e 2018, segundo o documento, que teve bastante repercussão na imprensa internacional.
Segundo números da China, há cerca de 12 milhões de uigures na província de Xinjiang. Eles são considerados como uma das 55 minorias étnicas do país.
Nos últimos anos, as autoridades da região de Xinjiang internaram centenas de milhares de uigures, cazaques e membros de outros grupos minoritários muçulmanos em campos de doutrinamento. São as maiores detenções em massa desde a era de Mao, de acordo com um documento vazado no final do ano passado.
Críticos acusam a administração de fazer genocídio cultural contra as tradições uigures: o documento oferece uma visão detalhada de como o Partido Comunista vem colocando em prática um sistema de detenções que está destruindo a tessitura da sociedade em Xinjiang.
O documento é um de vários arquivos compilados sobre mais de 1 milhão de pessoas que já passaram pelos campos e mostra a gama de comportamentos que as autoridades veem como problemáticos, como desistir de beber álcool, querer partir numa peregrinação religiosa ou ir a um funeral.
Folha de S. Paulo
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