Algumas aldeias indígenas que ficam no sul e extremo sul da Bahia estão
fechadas como medida para conter o avanço do novo coronavírus. Na
maioria das localidades, a presença de visitantes está suspensa e só é
permitido a entrada de indígenas com máscaras. As informações são do
G1-BA.
Dados divulgados pelo Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI)
apontam que 90% dos indígenas com Covid-19 na Bahia moram nas cidades do
sul e extremo sul, regiões que concentram as maiores populações de
índios de todo o estado. Segundo informações do DSEI, em toda a Bahia,
119 indígenas foram confirmados com o novo coronavírus. Dois morreram.
Em Coroa Vermelha, maior aldeia urbana do país, que fica em Santa Cruz
Cabrália, extremo sul da Bahia, 58 índios já tiveram Covid-19, mas
desses, 31 estão curados. A aldeia também registrou a morte do idoso
Valmir Nunes, de 68 anos, que precisou serentubado e não resistiu.
O indígena Timbira Pataxó foi diagnosticado com a Covid-19 e precisou
ficar internado por uma semana na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do
Baianão, em Porto Seguro. Após o período, ele foi transferido para a
UPA do distrito de Arraial D'Ajuda, onde ficou por alguns dias. Agora,
ele já está recuperado da doença.
A coordenadora do Distrito Sanitário da Saúde na Bahia, Luzia Pataxó,
informou que quando um indígena apresenta sintomas da doença, o primeiro
atendimento é feito nos postos de saúde dos municípios e se o caso for
agravado é encaminhado para regulação do estado.
Recentemente, as equipes da Secretaria Especial de Saúde Indígena que
dão apoio aos índios, recebeu medicamentos, equipamentos e EPI’s do
Ministério da Saúde para fazerem o bloqueio de casos da doença com
segurança.
"A equipe está atuante e, comparando com outras regiões, nos sentimos
aliviados, porque está 'controlado' o coronavírus nas aldeias da Bahia.
Aumentaram duas equipes, e elas estão aqui na região pra ajudar na
prevenção", disse Luzia.
Por causa da pandemia, o turismo na região foi suspenso e muito
indígenas que viviam da venda de comidas e artesanato aos visitantes
ficaram sem renda.
O artesão Ubiratan Pataxó teve a ideia de lançar a campanha "Syratã
Matxó", que significa "Jesus Abençoe" na internet. A ação, que contou
com apoio de artistas como Christiane Torloni e Lázaro Ramos, já
arrecadou cestas básicas e máscaras caseiras que beneficiaram centenas
de famílias que vivem na aldeia.
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