A
região Nordeste, a segunda mais populosa do país, possui 50 hospitais
com Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) de alto desempenho de acordo
com parâmetros de certificação da Associação
de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) e Epimed Solutions. O número de
unidades hospitalares certificadas entre os estados do Nordeste
corresponde a 16% do total nacional, que nesta edição certificou 304
hospitais.
Na
região Nordeste, dos 50 hospitais premiados, dez são públicos e a
maioria está localizada nas capitais e regiões metropolitanas. Situação
similar a outras regiões brasileiras. Os selos são entregues a
instituições que se destacaram pela segurança do paciente, eficiência no
uso de recursos e qualidade assistencial.
A Bahia é o estado do Nordeste com maior número de instituições hospitalares premiadas,16, sendo cinco públicas. Os
hospitais públicos premiados são: Hospital Ana Nery, Salvador; Hospital
Calixto Midlej Filho, Itabuna; Hospital Roberto Santos, Salvador;
Hospital Regional Dr. Mario Dourado Sobrinho, Irecê; Maternidade
Professor José Maria de Magalhães Netto, Salvador.
Das unidades premiadas no estado, nove foram certificadas na categoria Top Performer e 7, Eficiência. Dos 16 hospitais certificados, nove estão localizados na capital baiana.
O
Ceará é o segundo estado da região Nordeste com mais hospitais
premiados. São dez unidades hospitalares, sendo uma pública, localizado
em Juazeiro do Norte - Hospital Regional do Cariri (eficiência). Oito
receberam o prêmio Top Performer e duas, Eficiência.
Em
terceiro lugar aparece Pernambuco com oito hospitais certificados,
sendo um público - Hospital das Clínicas da Universidade Federal de
Pernambuco HC – UFPE (Eficiência). Seis hospitais receberam o selo Top
Performer e um, Eficiência. Todas as unidades premiadas estão
localizadas em Recife e Olinda.
Maranhão
e Paraíba obtiveram quatro certificações cada. No Maranhão, dois
hospitais públicos (Hospital Dr. Carlos Macieira e Hospital Municipal
Djalma Marques) e dois privados foram certificados. Na Paraíba, um
público, o Hospital Universitário Lauro Wanderley.
Piauí
e Rio Grande do Norte aparecem com três certificações cada, ambos
privados e localizados nas respectivas capitais. Já Sergipe e Alagoas
aparecem com uma certificação cada. Os hospitais são privados e estão
localizados nas capitais. A região com maior
número de UTIs de alto desempenho é a Sudeste com 162 unidades, seguida
da Nordeste (50), Centro-Oeste (49), Sul (27) e Norte (16).
CERTIFICAÇÃO -
A certificação avaliou dados de 2024, em todo território nacional, de
800 hospitais monitorados pelo Projeto UTIS Brasileiras, projeto
desenvolvido pela AMIB. Deste total, 352 são hospitais públicos e 448
privados, que juntos ofertam mais de 20 mil leitos de UTI no Brasil.
Os
selos Top Performer e Eficiente são concedidos pela AMIB e a Epimed
Solutions a instituições que se destacaram pela segurança do paciente,
eficiência no uso de recursos e qualidade assistencial no atendimento a
pacientes críticos. Dos 304 hospitais premiados, 164 unidades privadas
receberam o selo Top Performer e 82, o de Eficiência. No setor público,
25 hospitais foram certificados como Top Performer e 33 como Eficientes.
Embora
representem uma proporção menor, os hospitais públicos premiados
apresentaram avanços nos últimos anos, segundo a AMIB. Em relação à
edição anterior, o número total de hospitais certificados cresceu 25%,
com destaque para o setor público, onde o aumento foi de 45%, frente a
21% no setor privado.
“Esses
hospitais representam o que há de mais avançado em terapia intensiva no
Brasil. São unidades que priorizam o cuidado seguro, medem resultados e
buscam excelência clínica mesmo em contextos desafiadores”,
explica Patrícia Mello, presidente da AMIB.
Na
avaliação da AMIB, o crescimento do número de unidades públicas
certificadas reflete o esforço de gestores e equipes do SUS em
qualificar a assistência crítica por meio de práticas baseadas em
evidências e indicadores, mesmo diante de limitações orçamentárias e
estruturais.
“A
evolução dos hospitais públicos mostra que é possível avançar, mesmo
diante de limitações orçamentárias e estruturais. Mas ainda há um
desequilíbrio importante: a maioria dos reconhecimentos segue
concentrada no setor privado, o que reforça a necessidade de mais
investimentos e gestão orientada por dados no SUS”, avalia o médico
intensivista Ederlon Rezende, presidente do Conselho Consultivo da AMIB.
CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE E EXCELÊNCIA DAS UTIS
Criada
em 2016, a certificação visa reconhecer anualmente a qualidade e a
excelência do atendimento prestado por essas unidades, refletindo o
compromisso com a melhoria contínua e a promoção de um cuidado seguro,
sustentável e eficiente para pacientes em estado crítico. A avaliação
incluiu mais de 1.800 UTIs Adulto de hospitais públicos e privados do
Brasil, resultando em 530 unidades que atendem aos critérios de
certificação. Destas, 301 foram designadas como UTI Top Performer e 229
como UTI Eficiente.
A LISTA COMPLETA ESTÁ DISPONÍVEL EM https://amib.org.br/utis-certificacao/
CRITÉRIOS
– A certificação leva em conta uma série de indicadores que medem o
desempenho real das UTIs, ajustado ao perfil dos pacientes atendidos.
Para isso, são utilizados dois parâmetros principais: a Taxa de
Mortalidade Padronizada (TMP), que compara o número de mortes esperadas
com o número de mortes reais, levando em conta a gravidade dos
pacientes; e a Taxa de Utilização de Recursos Padronizada (TURP), que
avalia se a UTI faz um uso adequado dos recursos disponíveis — nem em
excesso, nem de forma insuficiente.
Esses
dois indicadores são calculados a partir de escores reconhecidos
internacionalmente, como o SAPS 3, que estima o risco de morte logo na
admissão do paciente na UTI. Para receber o selo Top Performer, a
unidade precisa estar entre as 33% melhores UTIs do país nesses dois
indicadores. Já o selo de UTI Eficiente é concedido às unidades que
estão acima da média, mas não entre as melhores — entre o 33º e o 50º
percentil.
Além
disso, só são avaliadas UTIs que usam o sistema de monitoramento da
Epimed durante todo o ano de análise, com volume mínimo de internações e
preenchimento confiável dos dados clínicos. As UTIs ainda são avaliadas
de acordo com o perfil dos pacientes que atendem. Por isso, há
distinção entre UTIs cardiológicas (com maioria de pacientes com
problemas do coração) e UTIs gerais (com pacientes de diferentes perfis
clínicos ou cirúrgicos).
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