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O número de dispositivos móveis conectados à internet vem crescendo em
ritmo acelerado - o Brasil chega a ter mais de um smartphone por
habitante, segundo levantamento da FGV - e, por isso, cada vez mais
serviços têm sido integrados e oferecidos por esse meio. Muitos
varejistas estão usando a personalização para entender os hábitos dos
clientes e ampliar os fluxos de receita. Isso porque a promoção de
campanhas de marketing sem refinar o tipo de experiência oferecida ao
consumidor, para torná-la relevante, pode se mostrar inútil e ineficaz. Diferentemente
do varejo, as instituições financeiras (IF) ainda não conseguiram
alcançar o mesmo grau de sucesso com a personalização. Em parte, porque é
muito mais fácil incentivar uma pessoa a realizar a compra de um bem
material do que a fazer um empréstimo ou adquirir outros produtos
bancários. Apesar do desafio, as instituições sabem da importância das
estratégias de personalização, já que 7 em cada 10 transações bancárias
no Brasil são realizadas por canais digitais, segundo dados da Federação
Brasileira de Bancos (Febraban). Com mais opções
em um cenário crescente de players de serviços financeiros, os clientes
precisam de educação e orientação para a escolha de produtos e serviços.
Um relatório da consultoria Forrester de 2022 mostrou que 42% dos
clientes bancários acreditam que as ofertas de produtos são mais
valiosas quando adaptadas às suas necessidades pessoais; 38% disseram
que os bancos deveriam facilitar a descoberta de produtos financeiros e
31% gostariam que seus bancos fossem mais proativos no fornecimento de
informações relevantes. Por mais que muitas
instituições financeiras já estejam criando conteúdos de alta qualidade,
poucas utilizam, de maneira eficiente, a personalização para atrair
novos negócios. Nesse sentido, é importante que as IFs estejam atentas e
busquem responder às seguintes questões: - Quais são os objetivos que desejo alcançar?
- Quem são os públicos que quero atingir?
- Meu feed de dados está otimizado para resultados?
- Qual estratégia de recomendação devo usar?
- Onde devo colocar essas recomendações?
Público Uma
boa maneira de trabalhar a personalização é identificar, inicialmente,
de 3 a 4 públicos-alvo primários para segmentar, analisar e otimizar de
forma consistente. Esses públicos devem basear-se em um único princípio
de segmentação e compreender 100% do tráfego do site para máxima
eficiência. Alguns exemplos de princípios de segmentação para serviços
financeiros incluem:
- Nível de
envolvimento: eles estão fazendo login para pagar suas contas;
inscreveram-se para pagamentos automáticos ou estão envolvidos em outras
atividades informativas?
- Do cliente em potencial, maduro ou em declínio: onde eles estão no ciclo de vida?
- Alcance do produto: quantos produtos ou serviços eles utilizam? Estão em categorias diferentes?
Cada
um desses segmentos tem seu próprio conjunto de dúvidas e necessidades,
tornando-os mais propícios a receberem recomendações das IFs. Metadados e fidelização Um
feed de dados é a “fonte da verdade” para todas as recomendações, uma
vez que é o responsável por potencializar os diferentes tipos de
produtos, ofertas, recursos ou conteúdos apresentados. O ideal é começar
criando um feed de dados que marque corretamente os metadados do
produto com base na categoria a qual está associado. Um exemplo:
cheques, poupanças e cartões de crédito atrairiam usuários com pouco ou
nenhum vínculo com a instituição, enquanto empréstimos e gestão de
patrimônio fariam mais sentido para clientes já fidelizados. Configurar
o feed com metadados organizados, antes de lançar recomendações, é um
caminho importante para o sucesso da estratégia. No entanto, é
necessário reservar um tempo para desenvolvimento e manutenção
contínuos, à medida que os produtos mudam e o programa de personalização
cresce.
Estratégia O
sucesso geral de uma campanha de recomendação depende da compreensão de
quais estratégias se alinham com cada segmento de público, bem como das
informações disponíveis sobre cada usuário e como cada cliente irá
receber a informação. Cada vez mais utilizados em
atendimentos, os chatbots são uma ótima maneira de recriar uma
experiência presencial. É muito útil para influenciar a taxa de
conversão entre novos clientes e seus produtos e serviços. Os resultados
podem ser preenchidos por meio de uma estratégia de recomendação de
afinidade, que aproveita as informações coletadas diretamente do
visitante durante a conversa, combinando-as com os recursos, ofertas ou
conteúdos educacionais corretos. Outro recurso é
disponibilizar um blog com artigos no site, que contribui na educação de
potenciais clientes, podendo estimular vendas cruzadas e up selling, que irão ajudar os usuários a avançarem em suas jornadas. O
contato periódico com o público-alvo também é essencial para conquistar
novos negócios. Nesse sentido, é importante recomendar ofertas
personalizadas, que estejam alinhadas com o momento atual do cliente.
Os bancos estão bem cientes de que precisam
conquistar, fidelizar e manter clientes, mas o aumento da concorrência e
do nível de exigência dos consumidores tornou a personalização um
diferencial ao longo da jornada. As recomendações são um ótimo ponto de
partida e, com a metodologia correta, que incorpora não apenas produtos,
mas também ofertas e recursos educacionais, podem ajudar os clientes a
ganharem a confiança de que estão tomando as decisões financeiras
corretas e fazendo os melhores negócios. Não é
por acaso que as instituições financeiras estão se tornando extensões
das empresas de tecnologia e, em muitos casos, empresas de tecnologia ao
ofertarem plataformas e produtos mais inteligentes, direcionados aos
diferentes perfis de clientes, com foco na experiência. A personalização
é, sem dúvida o presente e o futuro de um sistema bancário mais
conectado e conveniente aos seus clientes.
* Ander Orcasitas é RVP para Europa Ocidental e América Latina da Dynamic Yield, empresa da Mastercard. |
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