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quarta-feira, 18 de maio de 2022

Época de chuva acende alerta para casos de leptospirose

 


Com enchentes e inundações, a urina dos ratos se mistura com a água da chuva e a lama, e pode contaminar quem entrar em contato com esses materiais.


Tribuna da Bahia, Salvador
17/05/2022 08:00 | Atualizado há 22 horas e 9 minutos

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Foto: Romildo de Jesus

Por Cleusa Duarte

Época de chuva é preciso ficar alerta às doenças que podem ser contraídas caso não sejam tomados os devidos cuidados. Entre elas está a leptospirose, uma doença infecciosa causada por uma bactéria chamada Leptospira presente na urina de ratos e outros animais, transmitida ao homem principalmente nas enchentes. Bovinos, suínos e cães também podem adoecer e transmitir a leptospirose ao homem. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Salvador é uma cidade endêmica para a doença. Até abril passado foram confirmados 12 casos na capital baiana.

“De janeiro a abril Salvador registrou 33 casos suspeitos de leptospirose, desses 12 (36,6%) foram confirmados para a doença. Em comparativo com o mesmo período de 2021 foram 22 casos suspeitos com 11 (50%) confirmados. Salvador é uma região endêmica para leptospirose com ocorrência de casos em todos os meses do ano, tendo um incremento no período mais chuvoso que corresponde aos meses entre abril e julho”, informa a SMS que ainda alerta, “os serviços de saúde devem estar atentos a suspeição clínica e diagnóstico diferencial para Leptospirose, pois os sinais e sintomas da fase inicial da doença são facilmente confundidos com quadros virais”.

Com o aumento das chuvas, cresce também o risco de disseminação da leptospirose, por isso, a Prefeitura de Salvador destaca que redobra os esforços para alertar os cidadãos a evitar a disseminação da doença. Quando ocorrem enchentes e inundações, a urina dos ratos, presente em esgotos, se mistura com a água da chuva e a lama, o que pode contaminar o indivíduo que entrar em contato com esses materiais.

“A leptospirose é uma doença infecciosa, causada por bactérias do gênero leptospira, sendo considerada uma zoonose. Esta bactéria está presente na urina de animais infectados, principalmente os ratos. Ela pode se manifestar de forma leve, com sintomas como febre, dor de cabeça e dores musculares. Já nas formas mais graves, pode levar à morte”, explica a médica veterinária Cristiane Yuki, chefe do Setor de Vigilância e Controle das Zoonoses da Secretaria Municipal da Saúde (SMS).

Ela explica que o contato com água ou lama de enchentes após as chuvas deve ser evitado. Cristiane ainda prescreve aos profissionais que trabalham com entulhos e desentupimento de esgoto o uso de equipamentos de proteção individual, como botas e luvas de borracha.

“Podemos também adotar medidas de controle dos roedores, como o acondicionamento e destino adequado do lixo e o armazenamento apropriado de alimentos. Evitar deixar ração de cães e gatos exposta nos quintais, pois isso pode servir como alimento para os roedores. E evitar também o acúmulo de inservíveis que abrigam esses animais”, complementou Cristiane Yuki.

 A médica também  lembra que não há vacina contra a leptospirose e recomenda ao indivíduo que sentir sintomas como febre, dor de cabeça e dores no corpo logo após entrar em contato com as águas de enchente ou esgoto, que procure imediatamente uma unidade de saúde, a exemplo das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da rede municipal. O tratamento contra a leptospirose é feito com o uso de antibióticos e outras orientações médicas.

Em 2021, foram registrados 38 casos confirmados da doença em Salvador, com a ocorrência de dez mortes. Em 2019, quase 40% dos casos de leptospirose na capital baiana ocorreram no outono.

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