Rio de Janeiro, 16 de outubro de 2022
– Em evento com mais de 40 autoridades de 14 países, agências das
Nações Unidas e organismos internacionais defenderam a mobilização
urgente contra a insegurança alimentar, que afeta 828 milhões de pessoas
no mundo e cresceu nos últimos anos. Também alertaram para a
importância de garantir o acesso de toda a população a uma alimentação
saudável.
No
diálogo, os participantes citaram que os efeitos da pandemia, a guerra
da Rússia contra a Ucrânia e as mudanças climáticas impactam a produção
de alimentos em vários países e aumentam esse desafio global. Por isso,
neste 16 de outubro, para o Dia Mundial da Alimentação, #DMA2022, com
apoio da Prefeitura do Rio de Janeiro e do Santuário Arquidiocesano do
Cristo Redentor, o monumento ao Cristo Redentor e outros locais icônicos
do Rio de Janeiro foram iluminados no tom azul claro, cor que
identifica a campanha do DMA 2022 no mundo todo, com o objetivo de dar
visibilidade ao problema. Também são parceiros o Mesa Brasil Sesc, a
Fiocruz, o Pacto de Milão e o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec).
“Não deixar ninguém para trás – melhor produção, melhor nutrição, melhor ambiente e melhor qualidade de vida” foi o tema do DMA2022, que no Brasil é organizado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), pelo Centro de Excelência contra Fome do Programa Mundial de Alimentos (WFP), pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), e pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA).
“A
crise climática impulsiona a fome global e é o maior desafio da nossa
geração. Todos temos um papel a cumprir, desde escolher opções de
alimentos que melhorem tanto nossa saúde quanto nosso sistema alimentar,
até não abandonar hábitos saudáveis e trabalhar para que todos tenham
acesso. Essa ação é urgente”, disse Rafael Zavala, representante da FAO
no Brasil.
Em
representação da Prefeitura do Rio, o secretário de Saúde, Daniel
Soranz, reforçou a necessidade de ações urgentes e coletivas para
garantir alimentos saudáveis e coletivos. “Ainda vemos políticos que
negam a fome e a falta de alimentos no Brasil para as pessoas que mais
precisam”, disse. Soranz exaltou a necessidade de fortalecer cadeias
curtas de consumo e políticas como a de alimentação escolar.
“O
acesso a uma alimentação adequada e saudável é um direito humano.
Governos, sociedade civil e o setor privado desempenham um papel crucial
no processo de desenvolvimento e transformação dos sistemas
agroalimentares, especialmente em um contexto de crise climática, que
ajuda a empurrar milhões de pessoas para a fome”, reforçou Daniel
Balaban, Representante do WFP no Brasil.
“Transformar
os sistemas alimentares é fundamental para um desenvolvimento
inclusivo, sem deixar ninguém para trás. Uma transformação rural
bem-sucedida é uma transformação rural inclusiva. Mulheres, jovens,
povos indígenas e comunidades tradicionais estão entre as populações
rurais mais vulneráveis. Suas visões, experiências e soluções são chaves
parasistemas alimentares mais saudáveis e sustentáveis”, disse Julio
Worman, analista de programa do FIDA.
“O
aumento da insegurança alimentar e a situação climática global
apresentam uma grande ameaça para todo o planeta, e devem ser abordados
com profundidade e urgência. Este é um daqueles momentos que chamamos de
ponto de inflexão, quando as decisões que tomamos podem mudar a direção
de nossas vidas”, disse Christian Fischer, coordenador de Operações do
IICA.
Paulo
Gadelha, coordenador da Estratégia Fiocruz para a Agenda 2030, afirmou
que a segurança alimentar é a questão basilar que reúne todo o modo de
organizar a sociedade e a vida, demandando uma resposta contundente. “O
que levou o Brasil voltar ao Mapa da Fome? Como podemos depois de tanto
sucesso e tantos avanços? É o momento da conjunção de esforços, da
tomada de consciência e de uma chamada para ação”, disse, afirmando que a
Fiocruz colocou a Agenda 2030 como uma de suas prioridades.
Também
estiveram presentes prefeitos, vice-prefeitos e representantes das
cidades de Addis Ababa, Austin, Birmingham, Chicago, Copenhague, Los
Angeles, Milão, New Haven, Ougadougou, Quelimane, Quezon e Yeosu. Este
ano também são apoiadores do DMA2022, o Pacto de Milão e o 8º Fórum Global de Milão sobre Política Alimentar Urbana,
que acontece no Rio de Janeiro de 17 a 19 de outubro, com patrocínio da
Prefeitura do Rio de Janeiro, cuja proposta é colocar os sistemas
alimentares no centro da agenda de meio ambiente.
Manuel
Araújo, prefeito de Quelimane, em Moçambique, contou que estar no
evento foi uma oportunidade histórica por ser uma celebração desta data
em língua portuguesa. Anna Scavuzzo, vice-prefeita de Milão, disse que a
insegurança alimentar é um desafio em todo o mundo e que é preciso
reafirmar a importância do direito humano à alimentação para todas as
pessoas.
“Por
meio de seus inúmeros trabalhos sociais, o Santuário Arquidiocesano do
Cristo Redentor estimula o combate à fome, em resposta ao segundo
Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS 2) da Organização das
Nações Unidas (ONU). Acreditamos que a adesão a esta proposta representa
a preocupação que o Cristo Redentor possui em estar alinhado à Agenda
2030, favorecendo a erradicação da fome e a promoção humana”, destacou o
reitor do Santuário, Padre Omar.
Acender das Luzes
– Às 19h30 do domingo, após a solenidade no Santuário Arquidiocesano do
Cristo Redentor, foram iluminados no tom azul claro, cor que identifica
a campanha do DMA2022, o monumento ao Cristo Redentor, os Arcos da
Lapa, o monumento Estácio de Sá e o Castelo Fiocruz.
Feiras Orgânicas do Brasil - Este ano, em parceria com o DMA, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) divulgou a nova versão do Mapa das Feiras Orgânicas,
que foi atualizado e agora conta com 1.040 feiras cadastradas
e georreferenciadas em todo o Brasil, além de novas funcionalidades,
para que toda a população possa facilmente identificar as feiras
orgânicas mais próximas de suas casas.
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