Alex Pipkin, PhD
A demagogia, o populismo, as “verdades” românticas, assim como os desejos utópicos, são mais velhos do que andar para frente.
No entanto, o novo bastardo e devastador, é a velocidade e a extensão da disseminação com que tais ervas daninhas têm destruído as normas e a coesão social, e corrompido as verdades econômicas.?
De fato, na medida em que tudo parece ser construído socialmente, derrubaram-se os pilares que sustentavam as arraigadas virtudes do desenvolvimento cultural, econômico e social sadio e sustentável.
A responsabilidade em nível micro, do indivíduo, e macro, no sentido de nação, como valor fundamental, desapareceram, e com isso a confiança entre as pessoas nas relações interpessoais e nos negócios foi para o espaço.
A estupidez e a soberba da era do pós-verdade, autorizaram pessoas a viverem de acordo com suas “próprias regras”, e os países a adotarem políticas econômicas e sociais isolacionistas, introvertidas e danosas.
Ilusões e retóricas fáceis substituem os fatos e as evidências para explicar as frustrações, os fracassos e a prosperidade que nunca chega. Tudo isso abona a mentira e o autoengano, uma vez que os “culpados” são os outros indivíduos e/ou as outras nações, juízos do tipo “os yankees imperialistas”.
Romanescas falácias levam pessoas a verbalizar que seus insucessos devem-se a exploração dos “ricos”, e a acreditar que a globalização é uma das grandes vilãs do desemprego e das desigualdades sociais.?
?Embora seja uma expressão da natureza humana, culpar os outros exime de atitude e de ação responsável aqueles que deveriam agir para a resolução dos seus respectivos problemas.
Em períodos de crise, a busca por eventuais explicações e seus causadores se agiganta.
Pandemia, guerra, recessão econômica e o fenômeno inflacionário faz crescer a fantasia de que o protecionismo seja a saída “mágica”, a fim de criar empregos nacionais e conter o aumento generalizado de preços.
A alta da inflação é genuinamente uma situação mundial, sem dúvida, porém, não parece haver dúvida de que o livre comércio é essencial para reduzir preços para os consumidores, já que aumenta a concorrência e, fundamentalmente, possibilita o acesso a produtos de melhor qualidade, mais inovadores, a preços mais baixos.
Os fatos e as robustas evidências corroboram que uma maior abertura econômica conduz a uma maior concorrência, que age sobre os preços, mantendo-os mais baixos, alem de impulsionar as empresas a inovar constantemente para ficarem na vanguarda e alcançarem uma lucratividade superior.
A verdade é que o protecionismo beneficia os empresários do compadrio, avessos a competição, às custas dos consumidores; são esses grupos de interesse os maiores ganhadores da falácia protecionista.
Governos populistas culpam outros países por seus fracassos econômicos e enganam sua população por meio de políticas públicas protecionistas e “progressistas”.
É indispensável abrir a economia para possibilitar e potencializar as inovações, e dar aos consumidores melhores produtos, mais baratos e, nesse momento, conter o viés protecionista a fim de auxiliar a manter os preços mais baixos.
No nível individual, tristemente, as pessoas têm sido motivadas a pensarem que seus problemas e o sucesso em suas vidas são de responsabilidade de outros. Não, não somos vítimas, somos os donos de nossas próprias trajetórias. A guerra da escassez de confiança social precisa ter fim, e a mentira descarada necessita ser abatida.
Indivíduos e nações não são vítimas dos “outros”, e é cada vez mais preciso reverter tais falácias para que se possa reencontrar o caminho certo para o desenvolvimento econômico, social e cultural.
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