(Marcelo Jabulas)
A Renault só aprendeu como se fabrica carro no Brasil depois que lançou o Logan. De lá para cá, pegou o jeito, com Sandero, Duster e Kwid. No entanto, não há como negar que o Duster turbo é um dos melhores carros que a marca lançou no mercado nacional. Esse carro combina o bom espaço do SUV, que faz dele referência entre os compactos, com um motor que entrega tudo que faltava nos antigos blocos: potência e eficiência.
A versão turbinada chegou ao mercado este ano sem muito alarde. Nada daquela pompa que foi criada para a apresentação de sua segunda geração, em março de 2020, dias antes do mundo se fechar para combater a pandemia do Covid-19.
O grande barato desse carro está no motor TCe 1.3 turbo de 170 cv e 27 kgfm de torque, que estreou por aqui no ano passado, com o Captur e este ano também passou a ser oferecido na picape Oroch.
A inclusão no Duster é fundamental para que esse motor siga em linha por aqui e permita uma produção local. Por hora, vem importado, o que faz dele tão caro. Apenas com o Captur ele não teria volumes para viabilizar sua nacionalização.
E a melhora é absurda. Essa unidade oferece ao Duster um excelente comportamento, que coloca o SUV franco-romeno em condições de desafiar outros modelos turbinados, como o Jeep Renegade 1.3 (185 cv), Volkwagen T-Cross Highline 1.4 (150 cv) e Chevrolet Tracker 1.2 (133 cv).
O Duster turbo acelera rápido e não consome muito. Ou seja, bem diferente da falta de força do bloco 1.6 (que continua em linha) e sem o mesmo apetite voraz que tinha o finado 2.0. Em dias de combustível a preço de ouro, baixo consumo é música para qualquer ouvido.
Esse motor, porém, está disponível apenas na versão topo de linha Iconic 1.3 TCe CVT com preço a partir de R$ 138.790. Muito mais caro que a versão de entrada do SUV, que parte de R$ 102 mil. O sobrepreço de mais de 35% é justificado pelo conjunto mecânico e cesta de conteúdos.
Raio-x Renault Duster Iconic TCe 1.3
Oque é?
Utilitário-esportivo (SUV) compacto, quatro portas de cinco lugares.
Onde é feito?
Produzido na unidade de São José dos Pinhas (PR).
Quanto custa?
R$ 138.790
Com quem concorre?
O
Duster Iconic concorre na seara dos utilitários compactos turbo como
Chery Tiggo 5x, Chevrolet Tracker, Citroën C4 Cactus, Hyundai Creta,
Jeep Renegade, Peugeot 2008, Volkswagen T-Cross e o irmão Renault
Captur.
No dia a dia?
O
Duster manteve sua excelente praticidade no uso cotidiano, graças ao
bom espaço interno e espaço no porta-malas. Junto com a nova geração, o
SUV oferece refinamentos como melhor acabamento e um pacote de conteúdos
que tira o modelo da condição de jipão queixo duro. Multimídia com
conexão com smartphone, assim como câmera 360 graus e ar-condicionado
digital dão a ele mais refinamento.
O acabamento segue o padrão do segmento com muito plástico duro, mas a montagem é boa e os bancos revestidos em couro qualificam a “sala de estar”. No entanto, esse jipinho não conta com os populares quadros de instrumentos digitais. Mas o pecado mesmo é o pacote de assistências de condução. <EM>
Além das câmeras para manobras de baixa velocidade, ele oferece apenas monitor de ponto cego. Faltam itens como controle de cruzeiro adaptativo (ACC), assim como alerta de colisão ou auxílio de frenagem de emergência.
Motor e transmissão
Com
a mudança de geração, o Duster passou dois anos equipado apenas com a
unidade 1.6 16v de 120 cv e 16,2 mkgf de torque. No entanto, a unidade
TCe 1.3 de 170 cv e 27 kgfm de torque deu vida nova ao Duster.
Esse motor oferece muito torque em baixa rotação e casa muito bem com a transmissão CVT (com emulação de oito marchas).
A caixa privilegia a eficiência, sempre operando no mínimo giro, quando não há demanda de força. E quando é preciso de torque, basta cutucar o acelerador que ele responde na hora. Retomadas e ultrapassagens têm excelentes respostas.
Como bebe?
Abastecido com gasolina, o Duster registrou média de consumo combinado (urbano e rodoviário) na ordem de 11,1 km/l
Suspensão e freios
A suspensão manteve o curso longo para suportar a buraqueira das vias brasileiras e também contribui em estradas de terra.
Os freios são a disco, no eixo dianteiro, e a tambor no eixo traseiro, como na geração passada. Controle de estabilidade (ESP) e tração são itens de série.
Palavra final
O
Duster evoluiu consideravelmente, lá em 2020. A melhora no acabamento,
conteúdos e no design colocam o jipinho franco-romeno em outro patamar.
Mas o melhor é que o Duster preservou seus principais atributos, que são
espaço interno e robustez.
No entanto, a adição do motor turbo deu a esse carro um comportamento impressionante que faz dele a melhor opção na gama da francesa, pois é muito mais barato que o Captur turbinado e oferece uma performance muito superior às versões aspiradas.
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