MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 31 de julho de 2013

'Faltam profissionais, ambulâncias e higiene', dizem funcionários do Samu


Samu possui 23 ambulâncias para atender todo estado de Santa Catarina.
Segundo trabalhadores, veículos deixam de sair por falta de médicos.

Do G1 SC

A falta de equipe para trabalhar é uma das reclamações dos funcionários do Samu, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, em Santa Catarina. O Samu possui 23 ambulâncias para atender o estado todo. As unidades de suporte avançado são quase sempre usadas pra atender e transferir pacientes em estado grave e, por isso, só saem com médico, conforme reportagem exibida pelo Jornal do Almoço nesta quarta-feira (31).
"Acontece quase que diariamente de alguém precisar e não poder ser atendido porque a ambulância está parada. Seja porque faltou um enfermeiro, um médico ou um socorrista. Se falta alguém não tem como trabalhar com essa ambulância", explica um funcionário terceirizado, que não quis se identificar.
Com uma ambulância parada, a equipe que está na rua fica sobrecarregada. "Ligamos para o Samu e eles disseram que só podiam vir em meia hora, que ia ter que ficar na lista de espera", explica Jessika Chaves, que apresentava sintomas de ataque cardíaco. A garota foi levada para o hospital por colegas com parte do corpo paralisada. No local, após exames, foi constatada uma forte crise de enxaqueca.
A falta de estrutura também foi justificativa para não enviar uma ambulância para Sacha Ferraz, que morreu de infarto no dia 11 de novembro do ano passado, com 30 anos, em Itajaí. Na época, a esposa de Sacha ligou para o Samu, mas a central que recebe os telefonemas não autorizou o envio da ambulância.
Região Número de ambulâncias Número de habitantes atendidos
Oeste Três 700.000
Meio Oeste Três 600.000
Serra Duas 300.000
Sul Três 900.000
Norte Quatro 1.200.000
Vale do Itajaí Quatro 1.300.000
Grande Florianópolis Quatro 1.100.000
Na Grande Florianópolis, região com mais ambulâncias por habitantes, os funcionários reclamam da estrutura da base do Samu. "Ela não é adequada mesmo, estamos há alguns meses atrás de uma estrutura própria, para que essa base seja deslocada. Só que pra isso precisamos ter uma casa, uma estrutura que abrigue três ambulâncias, mas que seja em um local que tenha tempo de resposta adequado", explica Lisiane Bittencourt, superinentende da Secretaria de Saúde.
A limpeza das ambulâncias também preocupa os médicos, enfermeiros e socorristas. "Transportamos pessoas com doenças graves, tipo meningite, tuberculose. Chegamos na base novamente e temos que fazer a limpeza geral da unidade, com a nossa roupa, e em seguida saímos para atender dentro da casa do paciente. Com aquela roupa contaminada. Aí eu chego, vou atender uma criança levando muitas vezes a morte pra dentro daquela casa. Isso é inadmissível", diz a enfermeira Simone Machado.
Na base do Samu, os funcionários tem outros uniformes, chuveiros, porém, nem sempre dá tempo de trocar de roupa entre uma ocorrência e outra. "Por falta de pessoal, uma ocorrência junta com a outra. Então você sai do hospital e tem duas, três ocorrências esperando para atender", conta o funcionário que não quis se identificar.
O Samu de Santa Catarina conta com mais de mil funcionários, sendo a maioria contratada pela empresa que administra o serviço. Já o número de servidores públicos diminui a cada mês: passou de 131 para 48. Uma redução de 63% desde que a empresa assumiu a operacionalização do serviço, há um ano. "Por pedido dos funcionários, alguns por pedidos nosso. Não há nenhum tipo de perseguição", explica Fernanda Lance, da empresa SPDM, gestora do Samu no estado.
"Os que ficam é por amor à camisa. Porque gostam. Não é pelo reconhecimento da empresa e muito menos pelo salário", conta o funcionário que não quis se identificar. "Eu já cheguei a chorar, não tenho vergonha de dizer, por que é o que eu gosto de fazer", diz Simone.

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