O
Dia Mundial da Saúde Mental, 10 de outubro, traz uma reflexão sobre a
necessidade de olharmos para nossa mente. A data foi instituída pela
Federação Mundial da Saúde Mental em 1992 e nos dias atuais o debate
acerca da promoção e prevenção para a mudança mental chama atenção dos
governantes, sociedade civil e meio acadêmico.
Vivemos
uma crise da Saúde Mental, na qual muitas pessoas no mundo sofrem de
transtornos como a depressão, ansiedade, transtornos alimentares, dentre
outros. Segundo relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) de
2022, no primeiro ano da pandemia de Covid-19, a prevalência global de ansiedade e depressão aumentou em 25%. Alguns quadros também chamam a atenção pela incidência na população, por exemplo do Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC).
O
professor, pesquisador e psicoterapeuta, Lucas Matias Felix, informa
que o TOC é um transtorno mental caracterizado pela presença de crises
de obsessões, com intrusões mentais que geram ansiedade e compulsões. “O
paciente que sofre com essa Psicopatologia experimenta grande
desconforto devido às suas obsessões e passa muito tempo em rituais de
neutralização, o que pode levar à incapacidade funcional parcial ou
total”.
Algumas
possíveis causas do TOC, completa o professor, podem estar associadas a
fatores biológicos: encefalites, herança genética ou acidentes
cerebrais, por exemplo, ou o transtorno pode surgir por fatores
psicológicos.
Estudos
epidemiológicos apontam que o TOC é considerado o quarto transtorno
mental em ordem de prevalência, acometendo 1 a 2% da população mundial. A
pesquisa destaca que o aparecimento do TOC está associado a vários
fatores de risco, como: entre 65% e 80% dos pacientes diagnosticados já
sofreram um episódio depressivo maior ao longo da vida. No Brasil,
aproximadamente 8 milhões de brasileiros sofrem com a doença.
Os
principais sintomas do TOC são a higienização em excesso,
perfeccionismo, preocupações com aparência física e doenças, obsessões
agressivas (medo de ferir, prejudicar ou matar outra pessoa sem
intenção), de autoextermínio, fazer algo inconveniente (furtar, roubar,
xingar, assediar), etc. “A pessoa tem o hábito de criar associações de risco ou perigo para si, familiares ou amigos”, disse o psicoterapeuta, que também é coordenador do curso de Psicologia do Centro Universitário UniFTC Vitória da Conquista.
O
tratamento do Transtorno Obsessivo-Compulsivo pode ser através da
terapia cognitivo-comportamental ou medicamentoso. “Importante buscar
orientação médica, pois o profissional pode oferecer informações de
qualidade ao paciente, bem como, adquirir melhores resultados no
tratamento”, orientou o especialista.
“Cuidar da mente e do corpo é fundamental”, enfatiza Lucas Matias, que completa:
“os impactos do seu comprometimento atingem todas as esferas da vida
das pessoas, interferindo na qualidade de vida, seja através do
desenvolvimento individual, na família, trabalho, relações
interpessoais, sociais, emoções, raciocínio e comportamentos. Cuidar da
saúde da mente e ter uma rotina saudável influencia no bem-estar e nas
atividades cognitivas, tornando-se mais proativo e disposto”, concluiu
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