Publicação "Giro Epistemológico para uma Educação Antirracista" terá noite de lançamento no Centro de Umbanda Mística Oxum Apará (CUMOA)
Fruto de uma pesquisa de um grupo de professores universitários, pesquisadores, intelectuais e sacerdotes (isas) das religiões afro-brasileiras, o livro “Giro Epistemológico para uma Educação Antirracista” será lançado no próximo dia 9 de maio, no Centro de Umbanda Mística Oxum Apará (CUMOA), às 19h30, no bairro de Piatã, em Salvador.
A publicação revela que a educação escolar e a pesquisa científica são cada vez mais influenciadas pelos valores e matrizes do pensamento africano. E, apesar da resistência de certos segmentos neopentecostais, que a própria pedagogia, métodos e técnicas de ensino abrem-se cada vez mais para a história, a memória e a identidade africana no Brasil.
Durante o lançamento do livro ocorrerá também uma roda de conversa mediada por Mãe Taiane, dirigente do CUMOA. “É um prazer trazer essa pauta para dentro do Centro, um terreiro de Umbanda que também sofre preconceito por ser uma religião de matriz africana. É uma alegria receber em nossa casa esses dois grandes escritores para o lançamento do livro”, comemora Mãe Taiane.
Ressignificar conceitos
“O livro busca da ressignificação de conceitos, narrativas e interpretações visando uma sociedade justa, equânime e igualitária sob o olhar atento de Exu", explica professora da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e sacerdotisa Ellen de Souza. Além dela, a noite de lançamento do livro contará com a presença do filósofo e babalorixá Sidnei Nogueira e da pesquisadora da Universidade de Campinas (UNICAMP) Gabriela Tebet
“A obra coletiva com vários autores de todo o Brasil nasce da imagem de existências múltiplas e de diversas giras no centro da encruzilhada contra o racismo”, afirma Nogueira, lembrando ainda que nas últimas décadas, as religiões afro-brasileiras apostaram em dois caminhos para comprometer o ensino com a valorização da diversidade e evitar o radicalismo religioso nas escolas públicas.
O primeiro foi incluir, na Constituição de 1988, a previsão do ensino da história e cultura africana como conteúdo obrigatório do currículo escolar, o segundo foi a instalação de escolas no interior de terreiros, a exemplo da escola do Terreiro Ilê Axé Opô Afonjá e do Ateliê no Terreiro da Casa Branca.
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