A Guerra no Leste Europeu retomou a discussão em torno da dependência do petróleo e da necessária transição para uma matriz energética com participação, cada vez maior, de energias renováveis - isso assegurará resiliência à economia mundial.
Para isso, será necessário aumentar a produção de energia eólica, de energia solar (fotovoltaica) e, principalmente, de energia gerada a partir da biomassa, a chamada AGROENERGIA, como o Etanol e o Biodiesel. Porém, na transição para esse novo modelo, surge uma questão importante: aumentar a produção dos biocombustíveis pode comprometer a segurança alimentar?
O Brasil é o quinto maior país do mundo em extensão territorial, com 850 milhões de hectares - mais da metade ainda coberta com vegetação nativa. Utilizamos, para a produção de grãos, 70 milhões de hectares e, para a produção de biocombustíveis, outros 10 milhões. Se precisarmos aumentar a área plantada, estima-se que ainda haja um estoque de 36 milhões de hectares de pastagens degradadas que podem, facilmente, acomodar a expansão do cultivo por várias décadas.
Se não há concorrência por área, a produção vai muito bem. Segundo a Única (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), o Mix do setor Sucroenergético tem se mantido, constante, ao longo dos últimos 20 anos, numa média de 46% de açúcar e 54% de etanol, suficiente para atender o mercado interno e ainda ser o maior exportador mundial - em 2020, foram 30,7 milhões de toneladas de açúcar exportadas principalmente para China, Argélia, Bangladesh e Índia.
Na Indústria de Óleos, ainda que o consumo do biodiesel tenha triplicado nos últimos 10 anos - de 2,4 para 6, 4 bilhões de litros-, a produção de óleo de soja saltou de 6 para quase 10 milhões de toneladas, atendendo adequadamente a demanda interna, que ,em 2021, foi de 9 milhões de toneladas. Não esquecendo, é claro, da expectativa de uma safra recorde, para 2022, de aproximadamente 259 milhões de toneladas de grãos.
Além disso, temos um potencial imenso de geração de energia a partir do biogás, pelo processo de biodigestão dos resíduos da produção agrícola, como a vinhaça. O biometano pode substituir até 70% de todo o óleo diesel consumido no Brasil, sem a utilização de um único hectare a mais.
Com extensas áreas agricultáveis e clima propício, temos uma clara vocação para a produção de energia a partir da biomassa. E os dados mostram que a maior inserção da agroenergia na matriz energética brasileira em nada prejudicará a participação do Brasil nesse esforço para alimentar a população mundial, que, em 2050, poderá chegar a 10 bilhões de pessoas.
É o Agro nos colocando na vanguarda da nova economia!!!!!!!!!
Deputado Arnaldo Jardim
Presidente da Frente pela Valorização do Setor Sucroenergético
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