Neemias Félix
Minha mãe entendia mais de economia do que os economistas canhotos. E expunha seus conhecimentos práticos por meio de provérbios e figuras bem simples. Alguns exemplos:
"Eu só boto o meu boné onde eu posso apanhar." Isso é que é equilíbrio entre receita e despesa!
Ideias semelhantes eram expressas também por estes aqui: "Quem não tem bunda não senta no morro" e "quem não pode com o pote não carrega rodilha". Não se arriscar na bolsa ou em certos investimentos poderia ser representado por este: "Vale mais um pássaro na mão do que dois voando".
Eleger prioridades poderia ser dito assim: "Farinha pouca, meu pirão primeiro".
Quando as coisas estavam difíceis, e certos alimentos estavam com seus preços nas alturas, ela advertia os filhos: "Carne é luxo, feijão é que enche o bucho". Ou usava esta pérola, à mesa de refeições: "É o que tem pra hoje; é cheirar a carne e comer a comida".
Grande economista a mamãe! Se os governantes a tivessem ouvido, o Brasil não estaria nessa situação.
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