O
marketing de influência vem crescendo a cada ano e hoje, mais do que
nunca, as marcas precisam estar engajadas com as causas sociais e usar o
marketing para sustentar esse propósito. Em 2018, uma pesquisa sobre
marketing relacionado à causas realizada pela CAUSE em parceria com
Ipsos, Instituto Ayrton Senna e ESPM, já mostrava que 77% dos
entrevistados esperavam que empresas contribuíssem mais para a sociedade
do que contribuíram no passado e 82% delas consideravam muito
importante que as companhias demonstrassem um alto grau de
responsabilidade social.
Somado
a isso há o crescimento desenfreado do marketing de influência nos
últimos anos: o Brasil, por exemplo, já ultrapassou a China e é o maior
mercado do mundo, segundo levantamento realizado pela Global Consumer
Survey, que apontou que, em 2019, a porcentagem dos brasileiros
impactados pelo marketing de influência era de 36% contra 40% dos
chineses. Em 2021, esse número no Brasil já superou os 40%. Mas como
navegar nesse mercado em transformação?
No
marketing de influência, o profissional precisa estar alinhado ao
propósito da empresa. Além disso, o marketing vai muito além de número
de visualizações e seguidores, ele está relacionado à reputação da
marca. O “oba, oba” de investir em influencers com maior número de likes
já amornou, porque o mercado está amadurecendo e percebendo os riscos
desse tipo de investimento aleatório. Hoje, existem diversas pesquisas
que nos auxiliam no amadurecimento do segmento. As marcas devem estar
atentas a diversas questões que podem gerar motivo de questionamento dos
consumidores.
Um
estudo liderado por uma especialista em novos comportamentos de consumo
em contextos digitais, a professora de marketing Rebecca Mardon, da
Cardiff Business School, no Reino Unido, apontou que os seguidores
criticam as marcas que acreditam ter um alto nível de controle sobre o
conteúdo do influenciador, principalmente quando isso prejudica o prazer
do espectador. Por exemplo, eles responderam negativamente quando
sentiram que o influenciador havia recebido um script ou pediram uma
alta frequência de menções ao produto.
Estamos
no momento do diálogo e das conexões com potencial transformador. As
marcas têm a oportunidade de encontrar a convergência entre seu
propósito e as demandas da sociedade, engajando seus públicos na busca
por impacto positivo. E hoje, a velocidade surreal da informação nas
redes sociais pode derrubar a reputação em segundos, respingando em
todos os patrocinadores e envolvidos de alguma forma com as partes que
causaram controvérsia. O posicionamento das marcas parceiras em relação
ao que está sendo divulgado é quase instantâneo, a exemplo do que
podemos notar no Big Brother Brasil, um dos maiores reality show do
mundo. O mundo mudou, o consumidor mudou, está mais exigente e as marcas
precisam seguir este movimento — toda a inovação, seja no produto ou
somente na empresa, é mostrada nas provas realizadas no BBB. É um meio
de comunicar ainda mais ágil o que determinada marca está fazendo em seu
segmento de atuação.
Dessa
forma, existem diversas questões envolvendo o marketing de influência
que precisam ser consideradas à medida que esse mercado vai
amadurecendo. O mais importante é que a marca e os influenciadores
estejam alinhados a causas — com convicção, coerência e consistência,
sem exageros, mantendo sempre, sua autenticidade.
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