O embargo internacional contra a Rússia está produzindo outro efeito na indústria automobilística do país, que invadiu a Ucrânia e sofre um bloqueio por parte dos EUA, União Europeia e aliados, como o Japão.
Com a escassez de peças estrangeiras, proibidas de entrar na Rússia através dos países que efetuam sanções contra o governo de Moscou, as montadoras locais ficam sem produzir veículos.
Impossibilitadas de acessar peças e componentes de fornecedores externos, especialmente de semicondutores, as empresas russas e filiais de montadoras estrangeiras pararam a produção.
No caso da AvtoVAZ, parece que a ordem é continuar a produzir, porém, regressando ao passado. Modelos como Granta e Niva são muito populares entre os russos e a empresa quer garantir que eles estarão nas ruas.
Para isso, a ordem é simplificação extrema e os chips estão em destaque nesse caso. Sem eletrônicos essenciais, os carros da Lada começarão a ser feitos nos próximos dias, marcando uma retração de 20 anos.
Para irem às ruas, os Lada Granta e Niva não terão componentes integrantes de carros atuais, como freios com ABS e EDB, muito menos controles de tração e estabilidade.
Assistente de partida em rampa? Nem pensar. O Granta, além dos itens citados, perderá também os airbags e o sistema de chamada de emergência baseado na rede de posicionamento global russa, a Glonass.
Outro ponto é que o motor perderá sensores de ajuste de combustível e o padrão cairá para o Euro 2… Isso significa que ficará mais poluidor, mesmo sendo um carro mais moderno que o Niva.
Este então, não precisará de muito esforço para ser depenado, já que está em produção desde o fim dos anos 70 e sem grandes mudanças técnicas.
Para atender a demanda o mais rápido possível, a AvtoVAZ irá cortar o teste prévio de emissão.
Sobre os modelos Vesta, XRay e derivados do Logan, a montadora russa terá que esperar, uma vez que a quantidade de peças da Renault-Dacia é enorme e são em boa parte importadas.
O que se espera no setor automotivo russo é a localização destes componentes no próprio país, mas isso levará bastante tempo.
Embora não pareça, a prática de simplificação dos carros não é exclusividade russa. A falta de chips e outros componentes fizeram a indústria mundial produzir carros inacabados.
De picapes sendo completadas nos concessionários dos EUA até populares com prazo adicional de seis meses para serem completados, vide o Brasil, o mundo já viu de tudo.
Multimídias avançadas, clusters digitais e funcionalidades diversas, estão entre as ausências verificadas nos carros saídos de fábricas em vários lugares, inclusive aqui.
No caso russo, porém, o negócio é mais extremo e levará a Lada de volta aos anos 90… Se nos carros será assim, imagine em outros setores.
[Fonte: Index.hr]
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