Pesquisa do Serasa aponta que 35% dos consumidores com idades entre 16 e 24 anos têm mais dívidas que adultos
As facilidades em se obter crédito e o impulso consumista estão
fazendo com que os jovens brasileiros tenham mais dívidas em atraso do
que os adultos. Isso é o que aponta a pesquisa do Serasa Experian.De acordo com o levantamento, na faixa entre 16 e 24 anos, 35% dos endividados estão com o pagamento atrasado. Além disso, a pesquisa feita em todos os Estados da União mostrou que 41% dos jovens compram no impulso, sem pensar muito.
Outros 34% dos entrevistados preferem fazer compras parceladas em vez de juntar dinheiro para pagar à vista, e 36% admiram pessoas que têm roupas caras e carros de luxo.
Natanael Marques Guimarães, de 22 anos, revela que também compra muito por impulso. “Realmente, compro muito por impulso mesmo. Depende muito daquilo que eu vi e gostei. Mas gosto bastante de comprar roupas”, conta.
O jovem tinha o costume de comprar à vista, mas planejou uma viagem para as férias de julho e precisou comprar alguns produtos parcelados no cartão de crédito ao longo do ano. “Até um ano atrás, comprava tudo à vista. Mas recentemente fui viajar e resolvi comprar algumas roupas parceladas no cartão. Juntou tudo e complicou um pouco a situação, o que acabou apertando o meu orçamento”, diz.
“Essa geração conviveu muito com o consumismo desde criança. Foram muito influenciados pelo marketing publicitário e pelo alto poder de compra. Isso fortaleceu muito o consumismo. A sociedade também prega essa questão”, afirma a educadora financeira Dayane Godinho.
Outro ponto levantado por ela é que os jovens gastam sem se planejar. “Várias pessoas gastam mais do que têm. Os jovens gastam sem se planejar e querem tudo para ontem. Eles têm acesso muito fácil ao cartão de crédito, e isso é um perigo se ele não for usado de maneira correta”, comenta.
Educação financeira é importante
A pesquisa ainda mostra que a educação financeira dos jovens está um pouco pior do que no ano passado. Dayane Godinho ressalta que é essencial os jovens procurarem se educar financeiramente.
“É importante que ele faça um diagnóstico das suas despesas. Ver em qual área ele está gastando mais. Se são em compras, em festas e aí ver o que pode ser cortado para não comprometer sua vida financeira”.
A estudante Isabela Caixeta conta que os pais auxiliaram nesse processo. “Eles foram me ajudando até eu ter uma boa noção sobre o meu dinheiro. Eu sempre compro quando consigo reunir todo o dinheiro, prefiro à vista mesmo. Nem cartão de crédito eu tenho ainda”, conta a estudante.
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