MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 31 de agosto de 2014

Do ‘hobby’ ao empreendimento


Microcervejarias artesanais começam a se destacar e cativar público brasileiro e goiano. Brasil detém título de ter melhor cerveja do mundo
JORNAL O HOJE - GO  | Por: Luiz Redação
Pedro Nunes

Patrícia Mercês (D) e Maria Alice Monteiro, empreendedoras no mercado da cerveja artesanal, já faturaram um prêmio nacional  (André Costa)
Patrícia Mercês (D) e Maria Alice Monteiro, empreendedoras no mercado da cerveja artesanal, já faturaram um prêmio nacional (André Costa)
A cada dia que passa novos rótulos de cerveja surgem em todo o País. Prova disso é que o número de microcervejarias não para de crescer. Atualmente existem no Brasil cerca de 270 unidades e a previsão é que nos próximos dez anos esse número dobre, segundo a estimativa da Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe).
O mercado tem se profissionalizado cada vez mais, ampliando os negócios no Brasil e no exterior. As cervejas artesanais têm procurado conquistar o paladar do brasileiro, afastando-se gradualmente da atividade antes vista como “hobby”.
O segmento cresce em torno de 21% ao ano e a produção hoje, em todo o País, é de 70 milhões de litros de cerveja especial. O destaque nacional é o Estado de Minas Gerais. Lá está concentrado o maior número de estilos diferentes de cerveja, num total de 52. Além disso, uma microcervejaria mineira faturou recentemente o título da World Beer Cup (a Copa do Mundo das Cervejas) e foi considerada a melhor cerveja do mundo.
Em Goiás, a iniciativa ainda não é tão popular. Conforme os dados da Junta Comercial do Estado de Goiás (Juceg), de 2013 para cá apenas quatro novas empresas foram criadas nesse segmento. Mas se engana quem pensa que o Estado não tem mercado para as cervejas especiais.
Especialista do Sebrae, Thais Gouthier argumenta que a procura vem aumentando e ela se dá pelo aumento expressivo nas classes A e B. “Estes são os principais consumidores deste tipo de cerveja. É um público cada vez mais exigente, que está sempre buscando novas experiências”, diz.
Com o mercado em franca expansão e com o destaque de algumas empresas goianas em nível nacional, Thais Gouthier acredita que Goiás também deve seguir a tendência na procura pelos produtos artesanais.

Premiada
Dificilmente os consumidores que frequentam os bares de Goiânia nunca viram uma cerveja especial. E uma empresa goiana tem se destacado, justamente, na fabricação desse tipo de bebida.
Apenas um mês depois de lançar a primeira linha da cerveja Colombina IPA (American-Style Strong Pale Ale) no Estado, a Cervejaria Goyaz faturou seu primeiro prêmio nacional no Festival Brasileiro da Cerveja, realizado em março deste ano em Blumenau, Santa Catarina.
“Foi uma surpresa muito grande e muito boa, porque tínhamos lançado a cerveja no mercado há apenas um mês e esse título veio para coroar a criação”, relata a proprietária da empresa, Patrícia Mercês.
Patrícia é engenheira de alimentos. Na época da faculdade fez um intercâmbio, estudou na Bélgica e trabalhou na InBev, na cervejaria belga Hoegaarden, umas das mais vendidas cervejas belgas.
“Minha formação foi influenciada pelo negócio da família. Pude aproveitar a cultura cervejeira da Bélgica para me especializar. Depois fizemos um estudo de mercado que indicou que Goiânia tem uma carência nesse segmento, estruturamos o projeto e começamos a tocar”, disse a empresária.

Capacidade produtiva é de 80 mil litros por mês 
A Cervejaria Goyaz está no mercado há mais de 13 anos. Segundo Patrícia Mercês, o investimento está na casa dos R$ 500 mil, após seis meses de projeto. Atualmente a cervejaria tem capacidade produtiva de 80 mil litros por mês. Ela conta que esse investimento é focado na qualidade. “Por exemplo, usamos na nossa IPA uma rapadura moça branca feita em Nerópolis exclusivamente para a gente”, afirma.
A fábrica compra a rapadura de um produtor do município que produz o doce artesanalmente e entrega conforme a necessidade da cervejaria. “Isso reflete na qualidade do produto. Desde a profissional que desenvolveu a receita, o somellier, o mestre cervejeiro, o rótulo, elementos regionais, tudo isso agrega qualidade ao final do processo”, diz Patrícia.
A especialista do Sebrae Thais Gouthier afirma que o primeiro passo, fundamental antes de começar qualquer negócio, é a pesquisa completa sobre a atividade em que se pretende investir e a elaboração de um bom plano de negócio.
“Além disso, para este mercado específico, é importante estar atento a questões como os cuidados com um processo que tem como característica principal ser uma produção artesanal. Isso não pode se perder!”, explica. “Outra dica válida é estar sempre atento às oportunidades de inovação, como o lançamento de sabores exclusivos”, pontua.

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