Perfil do peregrino muda; motivação não é mais puramente religiosa.
Caminhantes estressados dão tempo no trabalho para pensar na vida.
(Foto: Miguel Riopa/AFP)
As motivações também mudaram e não são puramente religiosas. Senso de aventura, vontade de recuperar as energias do estresse do trabalho e busca de autoconhecimento estão entre as razões que levam os turistas até a região no norte da Espanha.
Segundo as estatísticas, o número de peregrinos aumentou muito de alguns anos para cá. Se em 2003 eram menos de 94 mil pessoas, em 2013 foram mais de 215 mil.
A maioria é de estrangeiros. Pessoas de fora do país superam os espanhóis em 55%. Alemães e italianos são os turistas mais numerosos há tempos, mas os americanos duplicaram sua presença em poucos anos.
"Durante séculos houve peregrinos europeus, mas agora vemos novas nacionalidades que estão aumentando muito, como coreanos, japoneses e americanos” diz Inma Tamayo, que acolhe os caminhantes na Oficina do Peregrino em Santiago de Compostela.
Entre os motivos para o aumento no número de peregrinos está o fato de a viagem custar pouco, já que é feita a pé e com pernoite em albergues, o que contribui para atrair espanhóis afetados pela crise desde 2007. A forte promoção internacional feita pelo governo galego em países de outros continentes, como Austrália, Coreia do Sul e Brasil, também explicam o grande número de turistas na região.
Aventura e tempo no trabalho
As motivações que levam as pessoas a andar tanto vão desde o senso de aventura até a vontade de parar para pensar na vida. "Fizemos pela aventura e pela conquista”, diz Chris de Jong, um técnico em tecnologia da informação do Canadá, de 28 anos.
40 km de Santiago (Foto: Miguel Riopa/AFP)
Dolores Agra, responsável pelo albergue de Ribadiso, aberto em 1993, percebe a mudança no perfil dos viajantes. "Antes o peregrino dormia em palheiros ou igrejas e se banhava no rio”, diz ela, enquanto anuncia aos recém-chegados que não há mais vagas, uma das consequências da massificação. “Agora eles perguntam se temos Wi-Fi”, afirma, em frente a um dos quartos comunitários onde uma dezena de telefones celulares carregam as baterias para a próxima etapa.
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