MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 6 de outubro de 2013

Paciente com transtorno bipolar pode levar uma vida normal

Cláudio Bandeira
A TARDE
  • João Miguel Júnior l TV Globo l Divulgação
    A atriz Cássia Kiss se revelou bipolar e contribuiu para reduzir estigma sobre a doença
O transtorno bipolar (TB) se caracteriza por alterações no humor que se manifestam em períodos específicos. Seu quadro clínico pode variar de fases de euforia ou mania seguidas de depressão ou vice-versa.
Os sintomas durante a euforia são sensação de energia excessiva, inquietação, otimismo, ideias de grandeza, compras sem controle e irritabilidade.
A fase depressiva se caracteriza por tristeza, angústia isolamento social, falta de prazer, alteração de memória e atenção, ideias de suicídio, entre outros.
Ambos os episódios se não diagnosticados adequadamente podem durar de semanas a meses e causar prejuízos no trabalho e nas relações interpessoais.
No intervalo desses altos e baixos, há os períodos de estabilidade emocional, chamado de remissão ou eutimia. Nesta fase, o indivíduo deve levar uma vida normal já que o TB é uma doença que não tem cura, mas pode ser tratada e controlada.
Embora atinja em torno de 4% da população geral (cerca de 7,5 milhões de pessoas), o sistema de saúde pública brasileiro ainda não prioriza a doença.
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, o TB é considerado a sexta causa de incapacitação entre todas as doenças médicas e o terceiro entre as psiquiátricas. Estima-se que cerca de 30% a 50% dos pacientes com essa doença tentam suicídio e 20% deles se suicidam de fato.
A presidente da ABTB (Associação Brasileira de Transtorno Bipolar), a psiquiatra e professora Angela Miranda Scippa, afirma que além do estigma e preconceito, "há deficiências na atenção básica à saúde no diagnóstico de doenças psiquiátricas como um todo, incluindo o TB".
Diagnóstico
Segundo ela, no caso do TB o diagnóstico correto pode levar mais de 10 anos, já que seus sintomas podem ser confundidos com o de outras doenças, a exemplo da depressão.
A médica recomenda aos profissionais da atenção básica à saúde que os pacientes com suspeita de transtorno do humor (depressão recorrente e transtorno bipolar) sejam encaminhados aos serviços de psiquiatria em Salvador, em especial aqueles que fornecem tratamento especifico para a doença, como o Centro de Estudo de Transtornos do Humor e Ansiedade (CETHA) do Complexo Hospitalar da Universidade Federal da Bahia-Complexo-Hupes-Ufba.
Devido ao desconhecimento dos sintomas, muitos pacientes ainda não são diagnosticados e consequentemente acabam não recebendo tratamento correto, diz.
Além disso, mesmo quando recebem diagnóstico apropriado, não são tratados, muitas vezes, com as medicações adequadas ao seu quadro clínico, pois o sistema de saúde não possui um plano especial para tratamento dessa  população.
Qualidade de vida
Médicos psiquiatras consideram importante a divulgação das características e sintomas da doença de forma a permitir o diagnóstico precoce do TB, assim como de acabar com o estigma da doença.
Os portadores de TB se corretamente tratados apresentam um prognóstico melhor, com boa qualidade de vida e preservação da suas funções mentais, explica a médica.
"Ao longo da vida de 10 a 15% da população experimentará algum transtorno  de humor", explica o  professor da Faculdade de Medicina da USP, Teng Chei Tung.
Mas o que caracteriza o TB é a oscilação entre períodos de euforia seguidos de depressão ou vice-versa. "Alguns podem manifestar o problema de forma grave ou moderada", diz Teng.
Segundo ele, o diagnóstico do TB pode ser dificultado devido ao uso de drogas.  "O abuso de drogas pode confundir o médico na hora do diagnóstico", alerta.

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