MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Hospital infantil público do PI cancela cirurgias por falta de vagas na UTI


Atualmente, 190 crianças integram a lista de espera no hospital.
Pacientes em estado grave estão em leitos improvisados na enfermaria.

Do G1 PI

O dia começou com longas filas, desespero e muita reclamação no maior e único hospital público infantil do Piauí. A direção do Hospital Infantil Lucídio Portela suspendeu todas as cirurgias por não ter vagas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Atualmente, 190 crianças integram a lista de espera no local que possui apenas nove leitos, todos ocupados com pacientes em estado grave.
De acordo com Edinaldo Miranda, diretor do hospital, realizar qualquer cirurgia seria negligência. "Não posso operar uma criança que tem previsão de vaga na UTI, mesmo que eu acredite que vai correr tudo bem. Mesmo assim, tenho que ter uma vaga reservada porque se der algo errado vou precisar de local para levar a criança. Não posso achar que vai dar tudo certo, e se tiver uma intercorrência e ela vir a precisar da vaga? E se não tiver essa vaga? Isso é imprudência, negligência", explicou Edinaldo Miranda, diretor do hospital.
Sem leitos de UTI disponíveis, o hospital foi obrigado a improvisar. Duas meninas de 7 e 8 anos de idade, em estado grave, permanecem em leitos improvisados no setor de enfermaria.
O drama das crianças doentes chocou os estudantes de medicina que fazem estágio no local. Emir Nunes, que está no 10º período, acompanha duas crianças. Uma delas, também em estado grave, está na fila de espera do centro cirúrgico.
"A gente se sente quase inútil numa situação dessa. É claro que existem alguns médicos que são ruins e acabam queimando a profissão, mas maioria dos pediatras que estão aqui se sentem angustiados quando são obrigados a dar alta para um paciente sem resolver o caso por falta de estrutura. É angustiante", falou.
Edinaldo Miranda disse ainda que a situação só tende a piorar porque o número de pacientes precisando de atendimento só aumenta. Ele defende a construção de um novo hospital pela Prefeitura de Teresina.
"Para você ter ideia, no Hospital Lineu Araújo tem somente um cirurgião pediátrico da Prefeitura. Ele atende 80 crianças por semana, não realiza cirurgia e todas elas vem para o Hospital Infantil. A minha capacidade de operar hoje, tirando as urgências, são 60 cirurgias por semana, 240 por mês e mais as urgências. Eu não daria conta hoje de operar nem os pacientes que a Prefeitura encaminha do Lineu Araújo. Imagine então o restante dos estados e das periferias. Urgentemente temos que ter um hospital na Prefeitura para operar crianças com cirurgias de pequeno porte", revelou o diretor.

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