MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 6 de outubro de 2013

ONG orienta pais que se separaram a evitar trauma aos filhos

Priscila Machado  A TARDE

  • Raul Spinassé | Ag. A TARDE
    Antônio Carlos é divorciado, mas vê o filho Gabriel todos os dias e mantém relação amigável com ex-e
A separação entre casais costuma ser  dolorosa, mas essa etapa da vida não precisa ser  traumática para aqueles que menos têm culpa pela ruptura - os filhos. No entanto, na prática, não é assim que acontece.
Até que César Meneses*, de 52 anos, entrasse em acordo com a ex-esposa, Cristina Alencar*, 45, em relação à guarda da filha, Maria Luiza*, foram seis anos de luta judicial e 22 processos.
O acordo só aconteceu quando Cristina percebeu que poderia perder a guarda da criança e aceitou a alternativa compartilhada.
Segundo César, o principal problema é que a filha, aos 6 anos, presenciava as brigas e era incentivada pela mãe a não gostar do pai. "Ela me desmoralizava diante de Maria Luiza, dizia que eu não era uma boa pessoa, e isso a deixava confusa", conta.
Em dias de visita, ele conta que Cristina costumava viajar para que ele não visse a filha. César é um dos 15 mil integrantes da Associação de Pais e Mães Separados (Apase), com sede em São Paulo.
Segundo o presidente, Arnaldino Rodriguez Paulino,  50 mil pessoas já buscaram orientação da organização, que  atende vários estados por meio do telefone, site e redes sociais.
A desqualificação da imagem do outro genitor, promovida por qualquer pessoa que detenha a guarda ou a vigilância da criança, se configura como ilícito civil, previsto na Lei 12.318/2010.
Segundo a advogada Carla Alonso, pesquisadora e palestrante do tema, a vítima pode ingressar com uma ação na Justiça, pedindo aplicação de  medidas previstas em lei, que  podem ser desde uma simples advertência à suspensão da autoridade parental.
Conforme o juiz titular da 6ª Vara da Família, Alberto Raimundo Gomes dos Santos, há poucos requerimentos específicos para alienação parental. "As pessoas se acovardam por falta de provas", explica.
Entretanto, o magistrado afirma que, atualmente, há 801 processos referentes ao direito da família represados no Serviço de Apoio e Orientação Familiar (Saof) do Tribunal de Justiça da Bahia.
"Esses processos estão em um nível tão complicado que encaminhamos ao serviço, para que os pais recebam orientações de psicólogos e assistentes sociais", conta.
A partir de sessões e visitas às residências das partes envolvidas, o Saof desenvolve um laudo para facilitar a avaliação do juiz.
Harmonia
Segundo a psicóloga Ângela Luna, ainda que a separação em si seja dolorosa, é possível priorizar a comunicação e estabelecer um acordo. "O problema do adulto não deve incluir a criança", recomenda.
O industriário Antônio Carlos Belens, 52, mostra que a relação entre pais e filhos pode ser harmoniosa, mesmo após a separação. Ele se divorciou quando  o filho Gabriel, hoje adolescente, ainda tinha 8 anos.
Apesar de a mãe do garoto ter a guarda, ele o visita todos os dias. A rotina envolve tarefas como pegar na escola, acompanhar estudos,  esportes  e aconselhar o filho.
"Nós não damos espaço para que ele sinta falta nem de um nem de outro. As decisões são tomadas em conjunto e o resultado dessa atitude é que temos um filho muito amoroso", diz, satisfeito.
* nomes fictícios

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