Familiares denunciam situação de mulheres que aguardam atendimento.
'A superlotação é uma realidade de Manaus', diz diretor geral da unidade.
Grávida espera por leito em pé, em maternida de Manaus (Foto: Marcela Nogueira/Arquivo Pessoal)
Acompanhantes de grávidas prestes a dar a luz denunciaram ao
G1 a falta de leitos na Maternidade Moura Tapajós, na Zona Oeste de
Manaus.
Fotos tiradas por familiares das gestantes mostram mulheres que estão
em trabalho de parto e seguem aguardando por um leito em pé, sentadas em
cadeiras de plástico e deitadas em macas sem colchão. A situação foi
registrada na noite desta segunda-feira (7), mas, segundo funcionários
que não quiseram se identificar, o problema já se tornou corriqueiro na
maternidade.
De acordo com Marcela Nogueira, que acompanhava a sobrinha no parto,
algumas pacientes chegaram a ser remanejadas para outras maternidades,
mas foram rejeitadas pelo mesmo problema da Moura Tapajós: a falta de
leitos. "Elas chegaram a ir mas voltaram porque em outras maternidades a
situação está a mesma. Agora que colocaram a minha sobrinha em uma
maca, que nem forrada estava", disse ao
G1.
Grávidas esperam também em cadeiras de plástico (Foto: Marcela Nogueira/Arquivo Pessoal)
Luciane Borges, de 18 anos, acompanhava a irmã, que foi uma das
gestantes que chegou a ser transferida para a Maternidade Azilda da
Silva Marreiro, no Conjunto Galiléia, mas voltou para a Moura Tapajós.
"Eles [funcionários da maternidade] disseram que não tinha leito e que
ou sentava na cadeira ou tinha o filho em pé. É fácil falar, não são
eles que estão sentindo dor", desabafou.
O diretor geral da maternidade Moura Tapajós, Raimar Carvalho de
Araújo, confirmou a situação, e disse que o problema atinge todas as
maternidades de Manaus. "Estamos tentando desde as 15h30 remanejar
pacientes para outras maternidades mas até agora não há leito em
nenhuma. Esta é uma realidade da cidade", completou, em entrevista ao
G1.
Ainda segundo ele, os gestores, tanto da Secretaria Municipal de Saúde
(Semsa) quanto da Secretaria do Estado de Saúde (Susam), sabem da
situação e trabalham para atender a demanda. "Eles estão informados
sobre essa situação, mas infelizmente essas são demandas que demoram, e
enquanto isso quem precisa do sistema fica à disposição desse tipo de
situação", finalizou.
O
G1 contatou a Semsa, responsável pela Maternidade
Moura Tapajós, mas não obteve resposta a respeito da situação registrada
pelos familiares das gestantes.
Gestante foi colocada em maca sem o mínimo de conforto (Foto: Marcela Nogueira/Arquivo Pessoal)
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