MEDIÇÃO DE TERRA

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quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

'Vou aprontar neste desfile', diz Serguei sobre Mocidade na Sapucaí


Roqueiro de 79 anos será um dos destaques da escola de Padre Miguel.
Enredo vai contar história do Rock in Rio, maior festival de música do país.

Henrique Porto Do G1 Rio

O roqueiro Serguei, destaque da Mocidade Independente no carnaval carioca de 2013, vai com tudo para a Marquês de Sapucaí. Aos 79 anos e cheio de disposição, o cantor promete dar espetáculo como destaque da escola de Padre Miguel que traz o Rock in Rio como enredo deste ano.
O cantor Serguei, um dos destaques da Mocidade Independente de Padre Miguel: escolha faz homenagem ao Rock in Rio no Carnaval 2013 (Foto: Alexandre Durão/G1)O cantor Serguei, um dos destaques da Mocidade Independente de Padre Miguel: escolha faz homenagem ao Rock in Rio no Carnaval 2013 (Foto: Alexandre Durão/G1)
"Eu vou aprontar neste desfile. Eu não tenho limite mesmo. Mas o que eu vou fazer é segredo até para o pessoal da escola", destacou o cantor, que completa 80 anos em novembro deste ano.
Fã declarado de samba e carnaval, além de rock and roll, o músico carioca virá à frente dos carros com uma inusitada fantasia, com a frase "Eu comi a Janis Joplin" — referência à cantora norte-americana com quem, segundo ele, teve um caso na década de 60.
Em entrevista ao G1, Serguei revela suas expectativas com relação ao desfile, sua relação com o carnaval e sua opinião acerca do rock n' roll produzido no Brasil atualmente.
G1 — Você gosta de carnaval?
Serguei —
Adoro. Sou louco por carnaval. Para quem é carioca, o samba está no sangue.  Sempre pulei carnaval. É assim desde criança. Hoje em dia é que eu tenho que dar uma maneirada (risos). O samba de raiz é uma maravilha, é um espetáculo a parte. E o samba produzido no Rio de Janeiro é uma maravilha maior ainda. Eu me amarro.
G1 — Como surgiu o convite para desfilar na Mocidade este ano?
Serguei —
Não sei exatamente, mas agradeço muito por terem se lembrado de mim a essa altura do campeonato. Há muito tempo que eu namoro esta escola de samba. Até o nome dela é muito simpático: Mocidade Independente de Padre Miguel. Acho bem a minha cara, apesar de eu ser do Rio Comprido (bairro da Zona Norte do Rio).
G1 — Qual a sua expectativa pro desfile? Vai fazer algum tipo de preparação especial?
Serguei —
Eu vou aprontar neste desfile. Eu não tenho limite mesmo (risos). Mas o que eu vou fazer é segredo até para o pessoal da escola (risos). Mas eu acho que vocês vão gostar. Vou marcar meu estilo. Não tenham dúvida quanto a isso. Foi assim que me mantive até hoje.
G1 — Como será sua fantasia?
Serguei —
É uma fantasia muito bonita e atende a todas as minhas pretensões. Tem um brilho incrível me deixa bem à vontade. A calça tem um estilo que eu gosto muito de usar. Fiquei fascinado. Parece até que ele (Júnior Barata, assistente de criação do carnavalesco Alexandre Louzada) havia combinado comigo.
A fantasia que será usasa por Serguei na Sapucaí (Foto: Alexandre Durão/G1)A fantasia que será usasa por Serguei na Sapucaí
(Foto: Alexandre Durão/G1)
G1 — Já sabe cantar o samba?
Serguei —
Eles me deram um disquinho, para que eu pudesse ouvir e aprender. Mas moro numa casa aberta ao público. É uma casa hippie, sabe? Então, às vezes, mexem nas coisas e me roubam. Então levaram esse disco, e eu fiquei louco aqui. Mas, com o entusiasmo que estou, garanto a você que vou chegar lá sabendo cantar o samba de ponta a ponta.
G1 — O que acha do rock and roll produzido no Brasil atualmente?
Serguei —
Tocar rock and roll com letra de pagode não casa muito bem, não é? E o comportamento dos artistas vai pelo mesmo caminho. Na minha geração, ninguém usava camisa de marca. Isso não existe. Então parece que o rock Brasil passou por um desastre. Primeiro que não é rock. É mentira. É pop, 100% pop. Acho que em São Paulo a gente encontra ainda algumas grandes bandas de rock. Mas na capital, porque no interior é aquela chatice de Zezinho e Zezé, Tadeu e Tá Dando... Não tem nada a ver. Ainda há coisas muito boas, mas acho que meu cachorro tem mais a ver com rock do que as bandas que vendem muito e que têm sucesso repentino.
G1 — Você comemora 80 anos este ano. Qual o balanço que você faz dessas oito décadas?
Serguei —
Comemoro 80 anos de vida hiperbem vividos. Não perdi o tesão. O tesão não está "naquele lugar", e sim no cérebro. Tenho muito entusiasmo sexual, pelo rock and roll e por tudo.  Tive a vida que queria. Não sou rico, mas vivo bem e tranquilo. Cheguei até aqui numa boa e não tem que me segure. Eu quero é mais.

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