Policial civil dá aulas de surfe para jovens carentes em Fortaleza

O curso existe há 20 anos e já formou profissionais e instrutores.
Passaram pela escolinha mais de 300 jovens.

Do G1 CE com informações da TV Verdes Mares

O policial civil Fábio Galvão, de 37 anos, é exemplo de cidadão. Ele dá aulas de surfe para crianças e jovens do Bairro Pirambu, em Fortaleza. O Pirambu foi um bairro criado em 1932 para receber retirantes da seca do interior do Estado. Atualmente, mais de 400 mil pessoas vivem no bairro. O local ficou famoso negativamente pelo alto índice de violência.
O policial Fábio tenta mudar a fama com o curso para crianças e jovens, afastando as pessoas de drogas. "Eu noto a mudança de vida deles. A grande maioria possui problemas sociais. Muitos vivem somente com a mãe, com a vó ou tia. Alguns não tiveram a chance de ter um pai e nós aqui da escolinha tentamos preencher esse papel de pai", disse.

A escolinha é conhecida em outros bairros e  já passaram mais de 300 jovens por ela. Já saíram da escola profissionais e instrutores. A escolinha ensina como fazer do surfe  uma profissão. O jovem Lairton Tavares, de 16 anos, trocou as ruas do Pirambu pelo surfe e não se arrepende. Depois de dois anos virou assistente de shaper,, profissão que cria pranchas de surf. "Eu pensei em desistir. Não continuar nesse trabalho. Porém continuei firme e forte e até os dias atuais sou grato pelas aulas que o instrutor me dá todos os dias", disse Lairton Tavares.
O shaper Valdir Freitas, que trabalha desde o começo com Fábio Galvão, diz que percebe na hora quando um jovem tem futuro. "Eu conheço só pela maneira que o garoto pega na prancha. Na hora você sabe se ele tem o dom ou não em construir uma prancha", disse.
Construir homens de bem
O trabalho de Fábio Galvão chama atenção do presidente da Federação Cearense de Surf, Amélio Júnior. "É muito importante para a federação as escolinhas de surfe. Você vê que atualmente no Ceará nós temos vários atletas tanto como amadores como profissionais. Todo eles aqui desejam se tornar um dia surfistas profissionais. Se não conseguirem pelo menos estaremos formando cidadãos de bem", disse.
O que os jovens do Pirambu querem mesmo é vencer na vida. E que toda vez que falarem do bairro, que falem dos títulos que vieram do mar.