Dona de casa detectou nódulo há 3 meses, mas não foi diagnosticada.
Pacientes atestam dificuldades no atendimento da rede pública.
Mesmo urgente dona de casa não conseguiu consulta no Amapá (Foto: John Pacheco/G1)
A dona de casa Ana Cristina Castilho fez o autoexame de mama há 3 meses
e descobriu um nódulo suspeito no seio esquerdo. Desde então, tem
encarado uma verdadeira luta para conseguir um diagnóstico na rede
pública de saúde do Amapá. "Me consultei com o ginecologista que atestou
o tumor, mas não consegui imediatamente a consulta. Mesmo com o
encaminhamento urgente, ainda não fui atendida por um mastologista",
relata Ana Cristina.
Ana Cristina Castilho apresentando exame que
constata nódulo (Foto: John Pacheco/G1)
A paciente, assim como outras em
Macapá,
não tem condições de custear um tratamento de câncer na rede privada de
saúde. No último sábado (12), Ana Cristina, conseguiu o encaminhamento
para o mastologista no Hospital das Clínicas Alberto Lima (HCAL), mas um
equívoco na folha registrada pelo médico, impediu o atendimento.
"O médico assinalou como urgente o meu atendimento no Hospital Geral
[HCAL] para a segunda-feira (14). Quando cheguei para a consulta me
disseram que o encaminhamento era inválido porque a folha que me deram
era verde, e a atendente do Hospital Geral explicou que o padrão é
preto. Isso é revoltante", reclamou Ana Cristina.
Suzana Machado recorreu ao Ministério Público
(Foto: Abinoan Santiago/G1)
As condições do atendimento ao paciente de câncer no
Amapá
é uma das questões que a organização do movimento Outubro Rosa quer
ajudar a melhorar no Estado. Uma das integrantes do movimento, Suzana
Machado, que teve uma das mamas retiradas em função da doença, condena a
situação do setor de oncologia do HCAL e chegou a recorrer ao
Ministério Público para garantir atendimento.
"O paciente chega a conseguir a consulta, mas não consegue o
tratamento. Exames para a detecção do tipo ou do estágio de um câncer
demoram a ser feitos e encurtam o prazo de vida do enfermo. Um, dois
meses para quem tem câncer é uma sentença de morte", alerta Suzana.
Padre Paulo Roberto diretor do Ijoma
(Foto: Dyepeson Martins/G1)
O padre Paulo Roberto Matias, fundador do Instituto do Câncer Joel
Magalhães, em Macapá, uma casa de apoio para pacientes em tratamento,
avalia como dramático o diagnóstico do câncer nos pacientes do estado,
que na maioria das vezes é tardio.
"O doente quando chega na rede pública, o câncer já está em estado
avançado. Devido a falta de diagnóstico, o tratamento se torna difícil
por conta da gravidade. Com isso paciente tem o índice de cura
reduzido", lamenta.
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